Civis enfrentam falta de alimentos no Sri Lanka

As Nações Unidas advertiram nesta sexta-feira (6) que milhares de civis presos em um território ainda controlado por rebeldes enfrentam uma forte crise pela falta de alimentos. Segundo a entidade, comboios com ajuda somente conseguirão chegar a essas pessoas no fim da semana que vem. A preocupação com o destino dos civis – centenas dos quais morreram nos últimos confrontos, de acordo com observadores – aumentou recentemente, e vários países ocidentais pressionam o governo a decretar um cessar-fogo para permitir que os não-combatentes deixem a área.

O Programa Mundial de Alimentação da ONU afirma que toda a população de Vanni, no norte do país, enfrenta uma crise pela falta de comida. Um comboio com alimentos seria enviado ontem, porém não conseguiu aproveitar uma “janela humanitária” de 4 horas, por falta de garantias suficientes do governo. O próximo comboio somente poderá partir com auxílio na próxima quinta-feira.

O Sri Lanka se recusa a paralisar a ofensiva, porém, o presidente Mahinda Rajapaksa prometeu ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que iria proteger os inocentes. A ofensiva das forças oficiais praticamente acabou com o Exército de Libertação dos Tigres do Tamil Eelam (LTTE), que luta há 25 anos por um território independente para a minoria tâmil, em um país controlado pela maioria cingalesa.

Nesta sexta-feira, o Exército afirmou que capturou um regimento dos rebeldes. Rajapaksa garantiu ontem a Ban, em um telefonema de 15 minutos, que os civis não seriam afetados pela ação militar, segundo comunicado da presidência. Os relatos da zona de guerra, conhecida como Vanni, dão conta de que nos últimos dias cresceu o número de mortes entre os estimados 250 mil civis que vivem na área. A principal autoridade do setor de saúde na região afirmou na semana passada que 300 civis morreram e a ONU apontou que somente na terça-feira morreram pelo menos 52 pessoas.

Cessar-fogo

A Anistia Internacional pediu aos dois lados que declarem um cessar-fogo, a fim de que os civis deixem a área e sejam enviados alimentos e remédios, além de água potável, aos que não podem se deslocar. O governo, porém, descarta uma trégua. Já morreram cerca de 70 mil pessoas desde o início do conflito envolvendo os tâmeis, em 1983.

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