China condena dissidente Liu Xiaobo a 11 anos de prisão

Uma corte da China sentenciou hoje o proeminente dissidente Liu Xiaobo a 11 anos de prisão. Apesar de apelos internacionais por sua libertação, ele foi condenado por subversão, após ter pedido amplas reformas políticas e o fim do domínio do Partido Comunista no país. Grupos defensores de direitos humanos denunciaram a punição que, segundo eles, tem também a função de advertência para outros que questionam um sistema político com apenas um partido.

Liu foi coautor de uma pouco usual petição direta pela libertação política da China, chamada Estatuto 08. Ele foi detido pouco antes de ter difundido o texto, em dezembro do ano passado. Mais de 300 pessoas, entre elas alguns dos principais intelectuais da China, firmaram a petição.

O veredicto foi emitido pela Corte Popular Intermediária Número 1 de Pequim, após um julgamento de duas horas realizado na quarta-feira. Os promotores acusaram Lui por delitos “graves”. “Tudo o que posso dizer-lhes agora é que são 11 anos”, disse hoje a mulher do acusado, Liu Xia, em entrevista. Diplomatas relataram que o dissidente também perdeu seus direitos políticos por dois anos adicionais. Liu poderia pegar até 15 anos de prisão pelo delito de subverter o poder do Estado.

A Fundação Dui Hua, um grupo defensor dos direitos humanos sediado em San Francisco, nos Estados Unidos, comunicou que se tratava da sentença mais longa de que a entidade tem notícia desde o estabelecimento desse delito de incitação à subversão, em 1997. Liu é a única pessoa presa por organizar a petição. Outros que firmaram o texto estão sendo investigados. O advogado de Liu, Shang Baojun, disse que tem dez dias para apelar da sentença. Os EUA e a União Europeia (UE) já haviam pedido que Pequim liberasse o dissidente.