Atos contra extradição de Karadzic deixam 16 feridos

Milhares de extremistas sérvios protestaram contra a extradição do ex-líder servo-bósnio Radovan Karadzic, cantando músicas nacionalistas e entrando em choque com a polícia no centro de Belgrado, na noite desta terça-feira (29-horário local). Karadzic é acusado de genocídio pelo tribunal das Nações Unidas na Holanda. O protesto no início pacífico, degenerou em violência quando cerca de 80 extremistas começaram a jogar pedras na tropa de choque. Cerca de 16 pessoas ficaram feridas, dentre elas nove policiais e um cinegrafista espanhol.

Tropas armadas vigiaram a embaixada dos Estados Unidos e outros pontos em Belgrado, enquanto multidões de nacionalistas chegavam do interior da Sérvia e da Bósnia para protestar na capital. Muitos nacionalistas gritaram slogans contra o presidente sérvio Bóris Tadic, pró-ocidental. A polícia estimou, no entanto, que os protestos reuniram 15 mil pessoas – bem menos que o projetado pelos organizadores, que planejavam reunir mais de 100 mil.

Aleksandar Vucic, líder do Partido Radical da Sérvia, que organizou o protesto, pediu que o governo de Tadic seja derrubado. “Obrigado a vocês por mostrarem que a Sérvia não está morta, embora esteja sendo assassinado por Bóris Tadic”, ele disse à multidão. “Ladrões e bandidos estão governando a Sérvia”. Ainda não estava claro, na noite de hoje, se o advogado de Karadzic impetrou nos tribunais um pedido contra a extradição do ex-líder.

“Nós não recebemos o apelo”, disse a porta-voz do corte sérvia para crimes de guerra, Ivana Ramic. Karadzic foi detido pelo governo sérvio em 21 de julho. Ele é acusado de ser um dos mentores do massacre de Srebrenica, em 1995, quando oito mil homens e meninos muçulmanos eslavos foram trucidados por servo-bósnios, durante a Guerra da Bósnia (1992-1995). Ele também é acusado de ser um dos responsáveis pelo Cerco a Sarajevo (1992-1996), no qual estima-se que dez mil civis foram mortos.

Voltar ao topo