Ataque atribuído aos EUA deixa cinco mortos no Paquistão

Um ataque realizado por um avião não tripulado, aparentemente dos Estados Unidos, deixou pelo menos cinco pessoas mortas hoje no noroeste do Paquistão. A ação é parte de uma série sem precedentes de ataques, desde que um violento atentado foi impetrado contra agentes da CIA (a agência de inteligência norte-americana) do outro lado da fronteira, no Afeganistão, segundo fontes de inteligência.

Dois mísseis atingiram um prédio e um veículo próximo na área de Deegan, no Waziristão do Norte, uma zona dominada pela rede Haqqani, facção do Taleban afegão ligada à Al-Qaeda. Muitas fontes desconfiam que a rede Haqqani é a responsável pelo ataque suicida de 30 de dezembro, que matou sete funcionários da CIA em uma remota base na província de Khost.

O ataque, hoje, foi o 12º desde o atentado contra a CIA. Uma aeronave não tripulada também já teve como alvo o líder do Taleban paquistanês, Hakimullah Mehsud, que aparecia em um vídeo ao lado do jordaniano que realizou o atentado suicida de dezembro. Uma série de ataques contra o esconderijo de Mehsud no Waziristão do Sul, porém, aparentemente não matou o líder militante.

As identidades dos mortos no ataque de hoje ainda não foram conhecidas, disseram funcionários de inteligência, pedindo anonimato. A área atingida pelo ataque está localizada a 30 quilômetros a oeste da cidade de Miran Shah e a 20 quilômetros ao sul da fronteira afegã.

Autoridades dos EUA geralmente não comentam esses ataques com aviões não tripulados. No passado, funcionários norte-americanos chegaram a defender essas ações, que, segundo eles, matou vários importantes membros da Al-Qaeda e do Taleban. O governo do Paquistão condena publicamente esses ataques, qualificando-os como uma violação à soberania nacional. Acredita-se, porém, que haja um acordo secreto entre Islamabad e Washington para que eles ocorram.