Isso que é tecnologia

À espera de doador, rapaz sobrevive 555 dias sem coração

O jovem norte-americano Stan Larkin, 25 anos, entrou para história da medicina moderna ao ficar 555 dias sem coração. Para suprir a falta do órgão, Larkin usou um coração externo que ficava numa mochila.

Quem pensa que ele ficou enfermo durante este período, estirado numa cama com a vida limitada, se enganou. O rapaz, morador de Ypsilanti, no Estado de Michigan, teve uma rotina semelhante a de outros jovens da mesma idade, com momentos de lazer ao lado a família, passeios de carro com os amigos e eventuais jogos de basquete. Isso mesmo, jogo de basquete de verdade.

Larkin foi monitorado pela Universidade de Michigan. O caso dele não é único, mas não deixa de ser impressionante a forma como que ele enfrentou a adversidade. Ele foi diagnosticado com cardiomiopatia, condição genética que afeta o músculo do coração, foi submetido a uma cirurgia para a retirada do órgão em 7 de novembro de 2014.

Enquanto aguardava um doador compatível para que pudesse ser submetido a um transplante, Larkin foi mantido vivo por um coração artificial temporário. O Coração Artificial Total é fabricado pela empresa SynCardia e funciona da seguinte forma: é conectado por dois tubos que saem do corpo do paciente a uma máquina chamada Freedom Driver, que garante a energia para o funcionamento do coração artificial e permite que o sangue seja bombeado para o corpo.

O equipamento pesa pouco mais de 6 kg e é carregado numa mochila, dessas que os jovens usam, o que permitiu que Larkin tivesse total mobilidade durante o período. No mês passado, os médicos finalmente encontraram um doador e Larkin recebeu um transplante. Ele passa bem e já teve alta.

Antes, o coração artificial pesava 90kg

Larkin já recebeu o transplante e teve alta./Foto: Divulgação

Mas nem sempre foi assim, colocar o coração artifical na sacola e sair pulando por aí. Segundo a Universidade de Michigan, antes dessa tecnologia portátil ser aprovada nos Estados Unidos (em junho de 2014), o coração artificial total temporário era ligado a uma máquina chamada Big Blue, que pesava cerca de 190 kg e tinha o tamanho de uma lavadora de roupas, obrigando os pacientes a permanecer no hospital por meses ou até anos até encontrarem um doador.

O avanço da tecnologia permitiu o desenvolvimento do coração artificial total do tipo usado por Larkin é implantado cerca de 200 vezes por ano ao redor do mundo, um número bastante baixo em um universo de milhões de pessoas com doenças cardíacas graves.

Além disso, o jovem americano tinha se certificar sempre de carregar as baterias do dipositivo e contar com baterias extras. Além disso, precisa sempre estar acompanhado com um driver extra no caso de uma falha do que estava em uso. Mas tudo isso é pouco se se levar em conta as imensas limitações de doentes cardíacos que não têm acesso à essa tecnologia.

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