A CPI dos Correios envia, na próxima segunda-feira, uma delegação aos Estados Unidos para negociar com a Promotoria Distrital de Nova York a possibilidade de compartilhamento das informações já repassadas ao Ministério da Justiça brasileiro sobre as contas mantidas no exterior pelo publicitário Duda Mendonça. Ex-marqueteiro do Palácio do Planalto, fez a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República em 2002. A CPI tem indícios de que essas contas receberam recursos de caixa 2 movimentados pelo PT no exterior
A missão será integrada pelo relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), e pelos deputados Eduardo Paes (PSDB-RJ) e Maurício Rands (PT-PE). Os contatos começam na terça-feira. Serão recebidos pelo procurador-chefe do Estado de Nova York, Robert Morgenthau e deverão, também, ter audiências com representantes do Departamento de Justiça de Washington e da Procuradoria de Miami
Duda Mendonça já confirmou, em depoimentos à própria CPI e à Polícia Federal, ter recebido R$ 10,5 milhões de recursos de caixa 2 depositados na conta Düsseldorf, segundo ele aberta nas Bahamas por orientação do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser operador do mensalão. Entretanto, as autoridades americanas descobriram uma segunda conta em nome do publicitário, mas seus dados ainda não foram revelados
O compartilhamento dos dados repassados ao Ministério da Justiça com a CPI ainda não está definido. Isso porque as leis americanas vedam a divulgação ou o vazamento de informações bancárias de pessoas que estão sob investigação mas ainda não foram condenadas. Caso as informações sejam liberadas, isso somente ocorrerá mediante compromisso de que elas não vazarão para a imprensa.