Brasília – O horizonte para o setor agrícola no próximo ano é mais positivo. A previsão foi feita pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, ao apresentar um balanço das atividades do setor em 2005. O ministro destacou as mudanças na política macroeconômica e os custos menores da safra atual como pontos favoráveis à área.
O secretário executivo Luís Carlos Guedes Pinto ressaltou que deve-se somar a isso o fato de que o ministério terá 25% a mais no orçamento de 2006.
"Os custos de produção da safra que está sendo plantada serão menores que os do ano passado, até pela questão cambial. Seja porque haverá uma redução na área plantada ? o que pode representar uma redução da oferta de produtos e afetar os preços ? seja porque a própria política macroeconômica dá sinais mais flexíveis para 2006. Estou confiante em que a parte mais dura da crise já foi superada", afirmou Roberto Rodrigues.
Segundo o ministro, o setor agrícola perdeu R$ 21 bilhões em relação à estimativa feita para este. "Foram muitos fatores que fizeram de 2005 um ano duro para agricultura", disse ele.
Rodrigues atribuiu a crise da agricultura neste ano a fatores como a taxa de juros mais alta que a do ano anterior. "Este foi um ano muito difícil, seja pelo problema da seca no sul do país, seja pela questão macroeconômica. A taxa de câmbio tirou muita rentabilidade dos setores produtivos. Além disso, houve a aftosa, que reduziu as exportações de carne no ano em quase R$ 250 milhões, e a escassez de recursos", destacou.
Rodrigues lembrou que as verbas disponíveis para este ano ficaram muito abaixo da demanda. "Na agricultura, perdemos condição de atender às demandas naturais na hora certa. Estamos terminando o ano com isso mais ou menos resolvido. Se tivéssemos tido recursos, seguramente os preços não teriam despencado e teríamos dado uma condição muito melhor para o produtor rural brasileiro", afirmou.