Ministro: integração do São Francisco não acabará com a seca, mas reduzirá

O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, disse hoje (24) que o Programa de Integração das Bacias do São Francisco não vai acabar com a seca na região, mas vai reduzir o problema enfrentado pelas populações do sertão de Pernambuco, Paraíba, Ceará, e parte do Piauí.

"O projeto vai garantir disponibilidade mínima de 1.500 metros cúbicos de água por habitante por ano em todo o nordeste setentrional, objeto da influência do rio. Ele não vai resolver todo o problema, mas 45 % da população, que hoje tem essa precariedade, quer dizer, quase a metade, vai ter solucionado isso", afirmou.

Segundo o ministro, o governo vem enfrentando problemas na região porque está atacando a estrutura de uso de carros-pipa. "Uma parte das reações é pura safadeza, porque tem muita estrutura política antiga, viciada e coronelesca, que vive dessa realidade", disse Ciro Gomes. Ele ressaltou que, se o cidadão não tem para comer e beber, vai precisar de um carro-pipa, que é contratado por um político "na tradição viciada do passado".

De acordo com o ministro, "naquela casa em que o cidadão entregar a alma, haverá água ruim, de má qualidade e precária, mas o outro, que não rezar na cartilha, pode ser sujeito a não ter água. Hoje isso já mudou porque quem faz a entrega de carros-pipa é o Exército. Com isso, há uma mudança. A gente enfrenta reações tremendas", disse ele.

O ministro ressaltou que o governo teve o cuidado de impedir a especulação que poderia surgir com a valorização das terras próximas aos canais. Por isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou área de utilidade pública para desapropriação e para fazer uma fronteira de reforma agrária, a faixa de 2,5 quilômetros para cada lado dos canais . "Vamos atacar o problema da miséria da seca com água, mas vamos influir também na estrutura fundiária", destacou.

Segundo o ministro, o presidente Lula quer uma solução estrutural para o problema e determinou um estudo apurado, por isso, a elaboração do projeto consumiu dois anos e meio de avaliações e discussões com diversos setores. Ele disse que, durante todo o processo, o projeto recebeu uma série de críticas, mas observou que as resistências se concentram atualmente em Sergipe. Para ele, nesse estado, falta esclarecer mais a população sobre os efeitos do programa.

Voltar ao topo