Ministro defende direitos dos trabalhadores

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, negou nesta terça-feira (24) a existência de conflitos entre ele e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que, antes do anúncio da reforma ministerial, manifestou-se contrária à indicação de Lupi e defendeu a permanência do atual ministro da Previdência, Luiz Marinho, na pasta.

"Eu tenho excelentes relações com a CUT. Foi como eles colocaram: eles defendiam a permanência do Marinho, mas não quer dizer que eram contra mim. Eu queria apenas que eles me conhecessem, estamos conversando e eu já estou até sorrindo", explicou, após participar do seminário "Organização Sindical e Relações de Trabalho – A luta dos trabalhadores na Itália e no Brasil", realizado pela central, no Hotel Braston, em São Paulo.

Durante sua participação no seminário, o ministro reclamou, em tom de brincadeira, da resistência da CUT em aceitar sua nomeação à pasta, em substituição a Marinho. "Vocês nem me conheciam e me batiam! Eu estou pedindo que vocês me dêem uma chance. De repente eu não sou tão ruim quanto pareço!", afirmou, em tom de brincadeira.

A secretária de Organização da CUT, Denise Motta Dau, pediu, também em tom de brincadeira, um direito de resposta. "Não estávamos nos mobilizando contra o senhor, mas a favor da manutenção de Marinho e das políticas desenvolvidas pelo ministro", disse.

Durante seu discurso, Lupi garantiu que lutará pela permanência dos direitos dos trabalhadores. "Eu não discuto retirada de direitos do trabalhador, porque são conquistas. Sobre esse assunto, só devo satisfações a quem me nomeou, ao meu patrão, que é o presidente Lula", declarou. O ministro mostrou-se contrário à redução da licença-maternidade, ao fim ou diminuição das férias e à divisão do 13.º salário. Ele defendeu também a criação do Conselho Nacional de Relações do Trabalho e a reforma sindical.

Ele esclareceu ainda que os recursos do Fundo de Amparao ao Trabalhador (FAT) que pretende retirar da Desvinculação das Receitas da União (DRU) "não irão para o meu bolso, e sim para a qualificação dos trabalhadores, como diz a Constituição". "Faço um apelo ao ministro Mantega. Esses 20% valem muito para qualificar os trabalhadores, mas quase nada para o Tesouro", disse.

Sobre o veto presidencial à Emenda 3, que pode ser derrubado no Congresso, o ministro disse que vai fiscalizar o voto dos deputados dos 11 partidos que fazem parte da base do governo. "Votar a favor da manutenção do veto presidencial é um compromisso da base aliada", ressaltou Lupi, que é presidente do PDT.

Lupi fez várias referências ao ex-governador Leonel Brizola durante sua participação no seminário. "Aprendi com Brizola que, se a gente acredita em alguma coisa, vai repetindo, repetindo, repetindo, até todo mundo acreditar", disse, arrancando aplausos e risos da platéia, formada essencialmente por sindicalistas.

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