Ministro considera resultado de emprego formal ´razoável´

A oferta de novos empregos com carteira assinada no ano passado foi destaque nos serviços (521,6 mil), no comércio (336,7 mil), na indústria de transformação (250,3 mil) e na construção civil (85,8 mil), segundo os dados divulgados nesta quarta-feira (7) do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apurados pelo Ministério do Trabalho. A agropecuária, que em 2005 havia eliminado 12,8 mil vagas formais, teve em 2006 uma pequena recuperação com a geração de 6,5 mil novos postos de trabalho.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, considerou o resultado do ano (com criação de 1,228 milhão de novos empregos) "razoável" e "praticamente igual ao ano anterior". Em 2005, foram criadas 1,253 milhão de novas vagas, portanto em 2006 houve uma redução de cerca de 2% na oferta. Um dos motivos apontados pelo ministro para essa redução é a taxa de câmbio, que, por ter ficado muito próxima a R$ 2 durante o ano passado, favoreceu o aumento de importações.

Por outro lado, Marinho acredita que as medidas adotadas pelo governo federal, de desoneração tributária de alguns setores econômicos, contribuíram para o resultado positivo na geração de empregos. "A construção civil é o melhor exemplo disso e também a nossa grande aposta para a manutenção do ritmo de oferta de postos formais em 2007", afirmou o ministro. Ele evitou citar um número como meta para este ano, mas afirmou que aposta que este ano haverá uma oferta superior de novos postos.

Segundo o Caged, em todo o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram criados 4,651 milhões de novos postos de trabalho com carteira assinada, longe da meta de 10 milhões de empregos apontada pelo então candidato Lula durante debates na campanha eleitoral de 2002.

Marinho defendeu o governo, afirmando que "não existe em nenhum lugar do programa de governo" a meta de gerar 10 milhões de empregos em um mandato.

"Eu desafio qualquer pessoa a encontrar isso no nosso programa de governo", afirmou. Mas, ressaltou Marinho, o Caged trata apenas de dados relativos ao mercado de emprego formal da iniciativa privada. Segundo ele, se forem acrescidos também os novos empregos criados no setor público e no mercado informal nos últimos quatro anos, certamente terão sido criados pelo menos 8,5 milhões de novas ocupações. "Esses dados só poderão ser confirmados quando for divulgada a Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios) em setembro ou outubro deste ano", concluiu Marinho.

O Caged é um cadastro que registra mensalmente as demissões e as contratações feitas pelas empresas do setor privado por meio da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ficando de fora da estatística a movimentação de empregados domésticos e servidores públicos.

Voltar ao topo