Ministro confirma presença na CPI dos Bingos nos próximos dias

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci telefonou hoje à tarde ao líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), para confirmar a presença na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos nos próximos dias. "A data do depoimento do ministro não será dificuldade", resumiu Agripino, depois da conversa telefônica. Segundo ele, Palocci apenas afirmou que gostaria de "consultar a agenda econômica" para acertar o dia da fala à CPI.

O acerto não está fácil porque o PFL também tem dificuldades de agenda esta semana. Segundo um integrante da comissão, o ministro da Fazenda teria sinalizado a disposição de comparecer ao Senado na quinta-feira (26) à tarde, data considerada ideal para o depoimento pela CPI. Ocorre, no entanto que Agripino tem compromisso neste dia, quando haverá um "evento político" do PFL baiano e ele teria se comprometido a acompanhar o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) a Salvador.

Na conversa telefônica com Palocci, Agripino assegurou a Palocci que a oposição não vai "massacrá-lo", nem tampouco lhe faltará com o respeito. "Será uma audiência dura, mas respeitosa." Embora tenha posto a alternativa de comparecer à comissão no início da próxima semana, o ministro deixou claro ao senador que não resistirá a depor esta semana.

"Ele quer ter o direito de continuar dialogando com vistas à flexibilização da data de seu depoimento e vai acertar isto com o presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB)", disse Agripino. "Mas ele apenas fez um comentário, com uma postura muito humilde", completou.

Antes de telefonar ao líder, Palocci havia pedido ao senador Tião Viana (PT-AC) que intermediasse o acerto com o comando da CPI, adiantando a disposição de prestar todos os esclarecimentos que os senadores julgarem necessários. "O ministro está sereno e consciente de sua responsabilidade de dar explicações à CPI e a expectativa é a de que ele venha logo esta semana", disse o petista, convencido de que, quanto mais cedo o ministro comparecer ao Senado, mais rápido estará livre das dúvidas que pairam sobre a gestão na prefeitura de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), desmentiu hoje qualquer intenção da oposição de "endurecer" na inquirição ao ministro com o propósito de fragilizar o governo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Embora alguns governistas tenham avaliado que as últimas pesquisas eleitorais mostraram um Lula competitivo na corrida presidencial de outubro o líder tucano discorda. "Não vou mudar meu comportamento com o ministro por causa de Lula, até porque não o considero que sua carreira política está encerrada", garantiu o líder. "Faremos as perguntas que têm de ser feitas com polidez e sentido de justiça.

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