Ministério Público pede prisão de líderes da Igreja Renascer

O Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva de Estevam Hernandes Filho e sua mulher, Sônia Haddad Moraes Hernandes. O casal é fundador da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, a segunda maior denominação neopentecostal do País em número de fiéis e de templos.

O pedido de prisão foi assinado pelos quatro promotores do Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) – Arthur Lemos, Eder Segura, Roberto Porto e José Reinaldo Carneiro – e enviado no dia 17 de novembro ao juiz titular da 1ª Vara de Justiça Criminal, Paulo Antônio Rossi. O juiz deve julgar o pedido até a próxima semana.

Os promotores querem a prisão dos Hernandes porque eles faltaram à segunda audiência do processo em que são acusados de praticar crimes de estelionato contra fiéis da Renascer e lavagem de dinheiro arrecadado em cultos.

De acordo com o Ministério Público, a ausência do casal coloca em risco a aplicação da lei penal. O pedido de prisão preventiva também acusa os fundadores da Igreja de continuar fazendo operações suspeitas nas dez empresas investigadas no processo.

Estevam e Sônia Hernandes deixaram de comparecer à audiência em que seriam confrontados com uma equipe de fiscais da Fazenda Estadual que rastreou a movimentação financeira de dez empresas abertas pelo casal e depois repassadas para outros integrantes da igreja. Ao final do levantamento, os fiscais detectaram nelas rombo de R$ 7 milhões, apenas em tributos não pagos.

A defesa dos fundadores da Renascer alegou que eles não foram depor por problemas de saúde.

Com 10 volumes e 20 testemunhas arroladas, o processo que tramita na 1ª Vara Criminal já resultou no bloqueio de bens e contas bancárias do casal Hernandes e mais quatro pessoas ligadas à denominação evangélica, entre eles o bispo primaz Antônio Carlos Ayres Abbud e seu irmão, o empresário Ricardo Abbud. Estevam e Sônia foram ouvidos uma vez, em 15 de setembro. Estevam disse ter várias empresas – todas registradas no mesmo endereço da sede social da igreja – porque é ‘empreendedor’. Sônia Hernandes afirmou não saber detalhes sobre os negócios da empresa porque, ‘quando precisa de dinheiro para suas necessidades, da casa ou particulares, pede a seu marido’.

Procurados pelo Estado, os promotores e os defensores do casal Hernandes afirmaram que não se pronunciam fora dos autos do processo.

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