Mercado financeiro mantém otimismo sobre crescimento do PIB

Consultores financeiros e analistas de mercado ouvidos pelo Banco Central na semana passada acreditam que o Produto Interno Bruto (PIB) terá crescimento de 4,56% neste ano. A perspectiva é melhor que o cálculo de 4,47%, há um mês, e de 4,53%, na semana anterior. Mas, de acordo com a pesquisa que deu origem ao boletim Focus, distribuído hoje pelo BC, a perspectiva para o PIB em 2005 é menos otimista – a projeção de 3,60%, revelada na semana passada, caiu para 3,50%.

A queda se deve, segundo os consultores e analistas, ao forte crescimento da producão industrial deste ano, estimado em 7,20%, que não deverá se repetir em 2005, em virtude de a capacidade instalada do parque industrial estar quase no limite. Além disso, avaliam que o cálculo percentual deste ano é feito sobre uma base muito fraca, do ano passado, quando o crescimento foi negativo. Por isso, a estimativa anterior, de 4,50% para o PIB do ano que vem, caiu agora para 4,17%.

Lembram, porém, que as perspectivas do mercado são favoráveis com base na manutenção das expectativas de que a taxa de câmbio encerre o ano com o dólar cotado a R$ 2,95 e que a taxa bsica de juros (Selic) não ultrapasse 17% até lá. Nesse caso, com a hipótese em que a dívida líquida do setor público deve encerrar 2004 com equivalência de 55% em relação ao PIB ? mesma projeção dos economistas do BC ? e de 54%, em 2005.

O boletim Focus aumenta mais um pouco a estimativa de saldo da balança comercial deste ano, de US$ 32,50 bilhões para US$ 32,63 bilhões, com perspectiva de US$ 27 bilhões no ano que vem. Essa excpectativa contribui fortemente para os aumentos dos saldos de conta corrente externa neste ano (de US$ 9,50 bilhões para US$ 10 bilhões) e no próximo (de US$ 3,52 bilhões para US$ 3,60 bilhões).

A média das expectativas de mercado manteve a projeção de US$ 15 bilhões em investimentos estrangeiros diretos, este ano, e de US$ 13 bilhões, em 2005. O mercado não acompanha, portanto, a expectativa do BC, que projeta a entrada de US$ 17 bilhões neste ano, conforme revelou na semana passada o chefe do Departamento Econômico do Banco, Altamir Lopes.

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