Mais duas instituições devem aderir à greve dos professores federais

Depois de dois meses e meio desde o início da greve dos professores das instituições federais, 32 universidades e quatro Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) pararam e outras duas instituições devem entrar em greve nos próximos dias. As aulas paradas já começam a preocupar alunos e conselhos universitários e devem atrasar mais o calendário das instituições, ainda não regularizado desde as greves de 2001 e 2003.

De acordo com a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), o principal sindicato da categoria, estão parados hoje cerca de 60% dos professores, aproximadamente 43 mil. Outras seis instituições aprovaram o indicativo de greve mas não definiram data para iniciá-la. "Vai depender dos resultados das negociações com o Ministério da Educação (MEC). Se continuarmos neste impasse, mais instituições vão parar", disse Marina Barbosa, presidente do Andes.

Apenas a Federal de São Carlos votou por sair da greve nos últimos dias. Depois de quase um mês sem novas adesões, mais duas instituições resolveram parar nos últimos dois dias: a Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas (MG) e a Universidade Federal de Campina Grande. As Universidades Federais de Rio Grande e do Paraná prometem parar a partir da próxima semana, se governo e sindicato não chegarem a um acordo. A maioria dos conselhos universitários das instituições em greve já votou por suspender as atividades universitárias enquanto durar a greve. Isso significa suspender os planejamentos do próximo semestre e do vestibular.

As Universidades Federais do Acre e de Mato Grosso, as primeiras a entrar em greve, na metade de agosto, já estão com o calendário prejudicado.

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) deve fazer na próxima semana um balanço do prejuízo, mas já considera a hipótese de atrasos nos vestibulares. Já o MEC acredita que o prejuízo pode não ser grande. "A paralisação é parcial, mesmo onde o indicativo de greve foi aprovado", afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad. "Se chegarmos a um bom termo nos próximos dias, podemos recuperar os dias parados sem muitos problemas."

O MEC deve apresentar mais uma proposta aos professores, mas sem mexer no valor disponível, de R$ 500 milhões. "Não há condições de irmos além e os professores sabem disso. Essa foi a proposta mais avançada que eles receberam desde o Plano Real", alegou Haddad.

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