Lula reclama de “engraçadinhos” que querem interromper mandato

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou que de vez em quando aparece "um engraçadinho" querendo interromper o processo democrático, não respeitando o tempo de mandato do presidente da República. "Algumas pessoas, neste País, têm que aprender uma lição: democracia significa alternância de poder", afirmou. "Da mesma forma que um grande empresário ou intelectual possam ser presidente da República, respeitado pelos trabalhadores, um trabalhador pode ser presidente, respeitado pelos outros segmentos da sociedade".

Em discurso durante a solenidade de posse do deputado Eduardo Campos (PE) na presidência do PSB, Lula observou que muitos estranham o comportamento dele na presidência. "Tem gente que acha que eu deveria manter mais a liturgia, ter de fazer todo discurso escrito", afirmou.

"Mas eu gostaria de dizer que o mandato de presidente tem prazos para começar e para terminar. De vez em quando, aparece um engraçadinho querendo interromper o processo, dizendo que a democracia não tem que ser respeitada. O mandato tem começo, meio e fim. Agora, nossa relação de confiança não pode ter fim", acrescentou aos representantes do PSB.

No seu discurso, Lula voltou a afirmar que a reeleição e a verticalização das coligações partidárias nas campanhas eleitorais não são paixão dele. "Para alguém ser candidato à reeleição, existem fatores condicionantes, e é preciso contar até dez antes de tomar uma decisão", afirmou.

Ao comentar a política econômica, o presidente disse que o ministro da Fazenda, no Brasil, tem que ter muito sangue-frio e o presidente, muitas vezes, volta para casa com desgosto.

Da solenidade de posse de Eduardo Campos participaram o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, e os ministros das Relações Institucionais, Jaques Wagner; da Integração Nacional, Ciro Gomes; dos Esportes, Agnelo Queiroz; do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto; do Turismo, Walfrido Mares Guia, e de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, além de presidentes de partidos, como os do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e do PC do B, Renato Rebelo.

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