Lula reafirma que Rebelo permanece no cargo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou hoje, no almoço com os líderes da base aliada, que o chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República, Aldo Rebelo, deve permanecer no cargo.

Lula afirmou aos líderes que Rebelo é o articulador do governo, que fica na função e que só sairá se quiser, ou se ele (Lula) entender que isso seja necessário.

"Mas isso não está em cogitação", afirmou ele, segundo relato de participantes do encontro. "O presidente deixou claro que cabe ao ministro Aldo fazer a coordenação política", disse o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

"A mim, cabe apresentar as posições do governo", completou. Na reunião, Lula deixou claro também que não concorda com a tese de que deve haver hegemonia petista na administração federal.

"Não me agrada a idéia de que haja hegemonia do PT no governo. Se tem alguém que acha que o governo é só o PT, está enganado", destacou, segundo o deputado Renildo Calheiros (PC do B-AL). Calheiros disse ainda que o presidente recomendou ao líder do governo na Câmara que fosse "mais líder do governo do que petista". Segundo o deputado do PC do B de Alagoas, Lula reiterou que "o governo é um governo de coalizão".

O presidente informou ainda aos líderes que está disposto a se reunir mais vezes com a base aliada. Mas não se definiu uma data para uma possível próxima reunião.

Na audiência, os líderes apresentaram várias reivindicações a Lula, pedindo até mesmo que os ministros dêem mais atenção aos aliados. O presidente também tratou de assuntos de interesse do Poder Executivo e da base aliada que serão discutidos no café da manhã marcado para amanhã (18), no Palácio do Planalto, com a presença de todos os integrantes da Mesa Diretora da Câmara e líderes dos partidos da situação e da oposição.

Esse encontro, segundo Lula, tem o objetivo de promover uma aproximação institucional entre o Executivo e o Legislativo. Além disso, será discutida uma pauta comum a ser votada no Congresso.

Entre os assuntos que o presidente considera importantes , está a reforma tributária. No almoço com os aliados, Lula mostrou-se animado com os últimos dados sobre a criação de empregos com carteira assinada, lembrando que, em abril, foi registrado o melhor índice para o mês desde 1992.

O presidente comentou ainda o veto ao reajuste salarial de 15% para os funcionários do Legislativo, ressaltando que "não tem nenhuma chance" de que esse seja concedido.

Lula disse ainda, segundo os líderes, que não faz questão de que, nas próximas eleições, seja mantida a regra de verticalização – pela qual as alianças partidárias nos Estados devem reproduzir a que for definida no plano federal.

Para o presidente, o que trará mais ou menos votos para os candidatos oficiais será o fato de o Palácio do Planalto fazer uma boa gestão. Lula tentou ainda desfazer o mal-estar criado com as declarações do chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República, Luiz Gushiken, para quem a coordenação política deveria ser do PT.

O presidente, segundo os líderes, disse que Gushiken conversou sobre o assunto com Rebelo. "Essa é uma briga inventada", declarou. O líder do PSB na Câmara, Renato Casagrande (ES), disse ter saído satisfeito da reunião com Lula.

Para Casagrande, o encontro "terá sido positivo se houver, realmente, uma mudança de comportamento do governo".

Voltar ao topo