Lula manda apurar eventuais excessos da Polícia Federal

Diante da pressão e dos protestos de parlamentares da base governista, durante reunião do Conselho Político, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que vai mandar investigar se houve ?excessos? por parte da Polícia Federal, não só na prisão de acusados, como no vazamento de informações sobre a Operação Navalha, que corre em sigilo de Justiça. A ofensiva da PF atingiu vários políticos de partidos da coalizão montada por Lula. Na reunião, cheia de momentos tensos, o ministro da Justiça, Tarso Genro, admitiu que houve abusos, que prometeu apurar, mas defendeu o trabalho da PF. ?A existência de excesso não desqualifica a instituição, nem a operação?, afirmou.

Ao fim do encontro, em entrevista, o ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, garantiu que a apuração de eventuais abusos na ação da PF não impedirá a realização de investigações, que continuarão a ser feitas. ?Excesso não é em ter ou não operações. Operações são autônomas e é importante que elas existam. Nós já tivemos 48 operações em menos de cinco meses, o que significa, portanto, que as instituições estão funcionando a plena carga e jamais se pensou em coibir nem amenizar nada?, observou Mares Guia. ?O que nós queremos é cumprir a Constituição, cumprir o artigo que trata das garantias individuais.

As críticas à atuação da Polícia Federal também se ampliaram no Supremo Tribunal Federal (STF). Um dia após o vice-presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, ter acusado a PF de cometer ?canalhice?, outros integrantes da corte condenaram a ?banalização? das prisões preventivas. Observaram que todas as semanas o tribunal determina a libertação de pessoas presas preventiva ou temporariamente, por considerar que as prisões não estavam devidamente fundamentadas.

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