Líder da Somália entra pela 1ª vez na capital desde 2004

O presidente da Somália voou hoje para a capital do país, que se encontra sitiada, na sua primeira visita à cidade desde que foi empossado, em 2004. O presidente Abdullahi Yusuf chegou sem ser anunciado, dez dias depois que as forças do governo – com o apoio de soldados, tanques e aviões etíopes – expulsaram de Mogadiscio um movimento islâmico. Embora a milícia islâmica tenha deixado a cidade, as preocupações com a segurança continuam elevadas. Acredita-se que os remanescentes das forças islâmicas estejam se escondendo na capital, e homens armados atacaram os soldados etíopes ontem, o segundo dia consecutivo de violência na cidade.

A visita de Yusuf acontece quando as tropas no sul pareciam estar perto de chegar a um local na selva usado como esconderijo pelos militantes islâmicos, que se acredita ser uma base da Al-Qaeda e um de seus últimos postos avançados. O ministro da Defesa somali afirmou que os soldados do governo estavam para entrar na fortaleza islâmica em Ras Kamboni, na região do extremo sul da Somália, que fica entre o mar e a fronteira com o Quênia, depois de dois dias de combates.

A última vez que Yusuf visitou Mogadiscio foi há 40 anos, afirmou hoje o porta-voz do governo, Abdirahman Dinari, à agência de notícias Associated Press. Ele deve se reunir com algumas figuras tradicionais da Somália e ficar no antigo palácio presidencial que esteve ocupado pelos senhores da guerra nos últimos 15 anos, acrescentou. "Não há nenhuma preocupação quanto à segurança.

Luta

Enquanto isso, no sul da Somália, a luta contra o movimento islâmico, que até a intervenção da Etiópia havia controlado a capital e grandes áreas do sul, continuava. O coronel Barre "Hirale" Aden Shire, ministro da Defesa da Somália, disse que as escaramuças ainda estavam acontecendo fora de Ras Kamboni, onde a milícia islâmica está instalada, e que ambas as partes tiveram muitos feridos. As forças do movimento islâmico são impedidas de escapar por mar por navios de guerra dos Estados Unidos e ao longo da fronteira do Quênia, pelos militares quenianos.

Depois do 11 de setembro, funcionários americanos advertiram que extremistas com laços com a Al-Qaeda operavam um campo de treinamento em Ras Kamboni e que membros da Al-Qaeda devem ter visitado o campo. Nos anos 1990, o grupo al-Itihaad al-Islamiya tinha o objetivo de estabelecer um Estado islâmico na Somália. Seu comandante militar era o xeque Hassan Dahir Aweys. O grupo se desdobrou no atual movimento islâmico, do qual Aweys também é líder.

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