Juros se ajustam a Copom, com otimismo reduzido

O mercado de juros tem ajustes a fazer hoje, depois que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto porcentual, ontem à noite, para o nível de 13,25% ao ano. Embora a corrente dos que apostavam nessa possibilidade tenha crescido ontem, havia dúvidas sobre qual seria a opção do comitê e isso se refletia nos preços. Ou seja, o corte de 0,5 ponto não estava totalmente precificado e isso tende a ser corrigido.

Logo na abertura do pregão eletrônico GTS hoje na Bolsa de Mercadorias & Futuros, às 9 horas, os que estavam tomados em contratos futuros de depósitos interfinanceiros (DI), apostando em um corte de 0,25 ponto da taxa Selic, foram a mercado zerar suas posições – o que gera um fluxo vendedor. Esse movimento, no entanto, provocou uma queda menor do que o esperado. Isso porque há outra força influenciando esse mercado de forma mais intensa: os players vendidos em DI, apostando em 0,5 ponto, têm agora de zerar suas posições. E, para esse grupo, não há vendedores suficientes para fazer contrapartida. Isso porque, depois do comunicado e do placar da reunião de ontem, consolidou-se no mercado a expectativa de que esta foi a última redução de 0,5 ponto percentual da Selic. A idéia de que o Copom passará a cortar o juro em 0,25 ponto ganhou força e, com isso, diminuiu o apetite vendedor do mercado. "A dinâmica do mercado está ruim, porque muita gente precisa se zerar, mas não tem vendedor", afirma um operador.

A divulgação do PIB do terceiro trimestre hoje de manhã, mostrando um crescimento modesto, não interfere nos negócios até agora. O resultado veio dentro do esperado pelos analistas – o PIB registrou expansão de 0,5% em relação ao segundo trimestre e de 3,2% ante o terceiro trimestre de 2005. Para os operadores do mercado financeiro, esse resultado já foi objeto de análise na reunião do Copom ontem e, provavelmente, foi um dos argumentos que justificou o voto de 5 dos integrantes do comitê em um corte de 0,5 ponto na Selic. "O PIB ajuda a explicar a decisão de ontem, mas não deve influenciar a aposta para os próximos passos do Copom", diz um operador.

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