José Janene fica de fora da disputa pela Câmara

O deputado federal licenciado José Janene (PP-PR), acusado de ter movimentado R$ 4,1 milhões do esquema de caixa 2 montado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, não será candidato à reeleição. "A decisão foi dele próprio", afirmou o presidente do PP no Paraná, deputado federal Dilceu Sperafico. "Ele está com um processo e solicitou a não inclusão de seu nome.

Janene está de licença da Câmara para tratamento de saúde, mas pode perder o cargo antes do tempo. O Conselho de Ética da Câmara recomendou sua cassação, que deve ser apreciada pelo plenário. O deputado não compareceu à convenção realizada hoje em Curitiba.

Outro acusado de se beneficiar do esquema, o ex-deputado federal José Borba (PMDB-PR), que renunciou ao mandato, teve a inclusão na lista de candidatos negada pela executiva do partido. Agora, ele tenta internamente influenciar a direção para poder concorrer. Ele espera um sinal positivo até sete de julho, quando termina o prazo de registro particular de seu nome. "O julgamento popular é correto e soberano. Tão somente estou pleiteando isso", afirmou.

Além de ficar de fora da disputa, o deputado José Janene teve dissabores nos dois últimos dias, quando seus assessores parlamentares Rosa Alice Valente e Meheidein Hussein Jenani depuseram à Polícia Federal em Londrina, no norte do Paraná. Eles são investigados, juntamente com a mulher do deputado, Stael Fernanda, em um inquérito que apura crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. Os dois jogaram toda responsabilidade por possível irregularidade sobre o deputado.

De acordo com a Polícia Federal, pelas contas de Rosa e Jenani teriam passado mais de R$ 1,5 milhão em 2004, embora os valores não tenham sido declarados à Receita Federal. No depoimento, Rosa teria admitido a movimentação de R$ 200 mil para pagamentos de despesas da família de Janene durante três anos. Segundo seu advogado, Nivaldo Migliozzi, a origem desses recursos está documentada. "Dinheiro do deputado, salário, atividade de comércio que ele exerce, compra e venda de soja, sítio, essas coisas que ele tem", acentuou. Para a PF, na verdade o dinheiro teria vindo da corretora Bônus-Banval em contrapartida aos depósitos que Marcos Valério teria feito em favor do deputado.

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