Jornais argentinos destacam confiança de Lula

A reta final da campanha presidencial brasileira é destaque em todos os jornais argentinos. O La Nación reproduziu os principais trechos do discurso do presidente e candidato Lula ontem, em Sorocaba sob o título: "Confiante, Lula diz que ganhará no primeiro turno". O La Nación também cita a pesquisa divulgada pelo Ibope pelo Estado de São Paulo que aponta para 52% da preferência do eleitorado por Lula.

O mesmo jornal reproduziu a reportagem do The Wall Street Journal Americas: "Embora Lula se encaminha à uma reeleição, esta lhe pode sair cara". O texto afirma que a possível vitória de Lula "não será grátis" e explica: "Devido em parte à estratégia divisória que o presidente escolheu para desviar as acusações de corrupção e garantir sua reeleição, Brasil experimenta um nível inusitado de polarização entre as classes econômicas e sociais e regiões geográficas".

The Wall Street afirma que "isso poderia dificultar a Lula a tarefa de acumular apoio para tomar medidas que, segundo os economistas, Brasil necessita para aproveitar seu potencial". O El Cronista também estampa a "confiança" de Lula, quem desafiou seus adversários à "que denunciem o que queiram porque conseguirá a reeleição com a cara limpa".

O Clarín comenta sobre o ato público por "um Brasil decente", convocado pela oposição, que busca reduzir a vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas e forçar um segundo turno. O jornal diz que é "um chamado aos intelectuais, artistas e profissionais e não inclui sindicalistas nem estudantes porque a intenção dos organizadores não é reunir massas: aguardam apenas umas 3 mil pessoas no máximo".

Clarín afirma que Geraldo "Alckmin ainda sonha: faltando uma semana para a eleição e contra o que dizem as pesquisas, o candidato da direita acredita que a continuidade da crise política, pelo caso do dossiê, poderá abater a enorme vantagem eleitoral de Lula e criar uma segunda chance para ele, um mês depois". O Ámbito Financiero preferiu publicar uma coluna de opinião, na qual afirma que "os mercados agora duvidam do governo de Lula".

Segundo o Ámbito, "os mercados acreditam que no Brasil poderia haver segundo turno e se pensa ainda que, descontado o triunfo de Lula, este teria sérios problemas de governabilidade no Congresso em seu segundo mandato". O Página 12 também aborda a possibilidade de um segundo turno no Brasil por causa do escândalo "dossiergate" , o qual "pode ter influenciado na queda de 2% de intenção de voto do presidente candidato, agora três pontas acima de seus rivais".

Página publica ainda uma entrevista com Raul Pont, secretário geral do PT, na qual explica que não segue Heloísa Helena "porque ela não tem chances de impor-se sobre as propostas dos setores conservadores. Não só não está obtendo apoio suficiente, mas também alguns aliados são questionáveis". Raul Pont também diz que "estamos num momento crucial para mudar o rumo da política do governo de Lula".

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