Joinville tem 41 casos suspeitos de Chagas; em SC são 112

Joinville está concentrando o maior número de internações por suspeita de doença de Chagas em Santa Catarina. Até hoje à tarde, de acordo com o gerente da Vigilância em Saúde do município, Adilson Buzzi, eram 41 pessoas oito casos confirmados, entre eles as cinco primeiras vítimas – duas em estado grave. No Estado são 30 casos confirmados da doença, com cinco mortos – ainda não há confirmação para o sexto caso, e 112 suspeitos.

Em Joinville foram cadastradas mais de 18 mil pessoas que consumiram caldo de cana em quiosques à beira da BR-101, sendo que houve coleta de amostras de sangue para análise de 12.335 pessoas – das quais, 469 com sintomas da doença. O surto mobilizou todos os laboratórios do município, que fazem o primeiro teste. Em caso positivo, as amostras são mandadas para a Universidade de Joinville, que faz o teste de imunofluorescência. De acordo com Buzzi, os casos positivos são mandados para o Laboratório Central da Secretária de Saúde do Estado, em Florianópolis, para uma terceira avaliação.

Em três dias o Laboratório Central examinou mais de 1.500 amostras de sangue para descobrir possíveis portadores da doença de Chagas. "Até o final de semana teremos mais detalhes sobre os locais e formas de contágio", informou hoje o diretor da Vigilância Epidemiológica do Estado, Luiz Antonio Silva.

Focos

Amanhã (30) devem começar os trabalhos de chamada das pessoas que, embora tenham tomado o caldo de cana, não apresentaram nenhum sintoma. A procura pelos focos de barbeiro, transmissor da doença, prossegue, mas nenhum descoberta relevante foi feita até agora. Os técnicos estão examinando também morcegos, gambás e preás, que poderiam estar contaminados.

"Vamos ficar a semana inteira fazendo isso", informou Carlos Pinto, biólogo da Universidade Federal de Santa Catarina. Ele disse ainda que as buscas só irão parar quando encontrarem o barbeiro, o inseto transmissor do Trypanosoma cruzi. As ações de combate ao surto são divididas entre o departamento, a Secretaria da Saúde do Estado, o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), que libera a captura dos animais silvestres possivelmente infectados.

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