IPCC faz previsões climáticas para Brasil e América Latina

Inundações de cidades costeiras como o Rio, avanço da dengue, queda na produção de milho e café, dificuldade para a produção de energia, extinção de 24% de 138 tipos de árvores no cerrado. São flashes do cenário apontado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) sobre o Brasil diante da possibilidade de um aumento da temperatura e do desmatamento, se nada for feito para lidar com a situação.

Na semana passada, os cientistas do IPCC divulgaram algumas de suas principais conclusões. Agora, foi a vez de detalhar a situação na América Latina. Os resultados são alarmantes: 178 milhões de pessoas na região poderão ter graves problemas para ter acesso à água e o número de famintos pode aumentar em 85 milhões de pessoas até 2080. Os prejuízos podem chegar a US$ 300 bilhões por ano. Na América Latina em 2080, 3 milhões de pessoas poderiam ser vítimas todos os anos de enchentes marítimas e 36 milhões de pessoas estariam em permanente risco.

Para montar suas projeções, os cientistas do IPCC se basearam em cenários que prevêem para 2080 o aumento de temperatura de 1°C a 7,5°C. No Brasil, foi registrado um aumento de 0,5°C nas últimas décadas. Um dos efeitos das mudanças climáticas seria a elevação do nível do mar. Segundo o relatório, o aumento das temperaturas do mundo ameaça as populações de cidades como Rio, Recife e outras tantas que estão na costa atlântica brasileira. Além das cidades brasileiras, a ameaça de inundação seria sentida também no estuário do Rio da Prata, onde ficam Buenos Aires e Montevidéu. O IPCC estima que o aumento no nível do mar pode ser de 1,3 metro até 2080, provocando enchentes, migração de populações em busca de locais seguros, salinização de terras, impacto nas fontes de água potável, no turismo e na agricultura.

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