IPCA mostra que BC controlou a inflação, diz ministro

Brasília – A inflação continua "absolutamente controlada" e há espaço para o Banco Central (BC) seguir cortando juros, disse hoje (12) o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ao comentar o fato de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) haver ficado em 5 69% no ano passado. Ele acredita que os juros podem reduções pontuais maiores, pois neste ano o Comitê de Política Monetária (Copom) vai-se reunir menos vezes. "Pela lógica leiga, a tendência é de que com menos reuniões, os cortes sejam maiores", disse. O Copom tem 8 reuniões marcadas para este ano, enquanto nos anos anteriores foram realizadas 12 reuniões por ano.

Questionado se o fato de o IPCA ter ficado pouco acima do objetivo do BC (que era de 5,1%) não levaria autoridade monetária a se manter na linha conservadora, o ministro afirmou que o BC não deixará de ser conservador. "É inerente ao BC ser conservador", disse Bernardo.

O ministro admitiu que o dado da produção industrial de novembro, divulgado esta semana, ficou abaixo do esperado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) houve um crescimento de apenas 0,6% na comparação com outubro, o que sugere que a retomada da atividade econômica esperada para o quarto trimestre de 2005 foi fraca. Bernardo, porém, acha que é cedo para tirar conclusões. O ministro prefere esperar o resultado de dezembro para avaliar o desempenho da economia no último trimestre de 2005 e ter uma idéia mais precisa do ritmo de retomada da atividade econômica.

Bernardo afirmou, contudo, que o nível de atividade está se recuperando e deve continuar se acelerando com a queda nas taxas de juros promovida pelo Banco Central. "A recuperação da atividade econômica ocorreu no último trimestre. E o Brasil tem todas as condições, com a continuação da derrubada de juros pelo Banco Central, de crescer mais", afirmou.

Superávit

O ministro afirmou que o superávit primário (economia para pagamento da dívida pública) registrada por Estados e municípios em dezembro "está bombando". Segundo ele, esse desempenho foi fundamental para que no ano passado o superávit primário ficasse acima da meta de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB). Entretanto, o ministro não confirmou qual o valor exato do esforço fiscal do setor público consolidado, que será divulgado oficialmente no dia 30. "Almocei hoje com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que me disse que ainda não tem o número fechado. Eu também não sei em quanto vai ficar", disse Bernardo, que em seguida afirmou que as projeções de uma economia de 4,7% a 4,8% do PIB não mudaram. "Qualquer número entre 4,25% e 5% não vai me surpreender", disse, em tom de brincadeira.

O ministro destacou ainda que o governo central fez, em dezembro, um esforço para gastar o excesso de economia feito ao longo do ano. "Dezembro foi um mês de déficit. Liberamos tudo o que tinha condição de ser liberado", afirmou.

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