Integrantes do MST deixam pacificamente fazenda em Antonina

Cerca de 50 famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deixaram pacificamente a Fazenda São Rafael, pertencente ao advogado Pedro Paulo Pamplona, em Antonina, litoral do Estado, na manhã desta segunda-feira. Eles se comprometeram com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná em deixar a área durante uma reunião realizada entre os sem-terra, o secretário Luiz Fernando Delazari e representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), na última quarta-feira.

As negociações com o MST começaram desde que a ordem de reintegração de posse da área foi concedida pela Justiça, no final de março. Na semana passada, Delazari sobrevoou a região invadida e acompanhou pessoalmente as negociações com os sem-terra. Um dos argumentos utilizados pela Secretaria de Segurança Pública para convencer os invasores é de que a Fazenda São Rafael está localizada em Área de Preservação Ambiental (APA), o que proíbe o Incra de utilizar a terra para desapropriação e reforma agrária.

Ocupação

Com o argumento de que os proprietários da Fazenda teriam cometido crime ambiental, os sem-terra cercaram a entrada da propriedade montando dezoito barracos às margens de uma estrada rural de acesso ao lugar. Cancelas também foram colocadas para impedir o tráfego na estrada. Os integrantes do MST não construíram barracos dentro da propriedade mas invadiram a casa do dono da fazenda.

Ainda durante a reunião da Secretaria com os sem-terra, o IAP anunciou que vai investigar denúncias de crimes ambientais cometidos na área da Fazenda São Rafael. Os proprietários acusam integrantes do MST de terem derrubado árvores da propriedade. Mas os sem-terra se defendem, dizendo que o crime ambiental teria sido cometido pelos próprios donos da fazenda.

Esta foi a 61.ª desocupação realizada pelo atual governo em propriedades paranaenses. Todas foram feitas com base em diálogo e negociação, sem uso de violência.

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