Indústria automotiva usa brinquedo para lapidar produção

Fabricar carros é coisa séria, mas é com brinquedos que montadoras brasileiras treinam funcionários para a acirrada batalha pela competitividade mundial. Volkswagen, General Motors Ford e Renault construíram minifábricas de carrinhos de plástico, madeira, acrílico ou peças tipo Lego para reproduzir conceitos de montagem enxuta e eficiente e detectar defeitos antes que o brinquedo vire um automóvel de verdade.

A Ford treina trabalhadores em uma linha de carrinhos montados com peças da Lego. "É uma maneira lúdica, divertida e colorida, e o funcionário fica mais aberto ao treinamento; na fábrica de verdade eles são mais resistentes", constata Mauro Andreassa, gerente de Estratégia de Qualidade da Ford para a América do Sul.

A área especial é batizada de Fábrica de Motores de Henry, em homenagem a Henry Ford, o fundador da companhia. Grupos de trabalhadores passam de um a dois dias em treinamento e vivenciam a manufatura em massa e a manufatura enxuta. "Operando em ambos os sistemas é possível ver a diferença", diz Andreassa. A linha da Ford fica na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), mas é itinerante e pode ser levada para outras unidades.

?Montar Lego é muito fácil quando a pessoa faz a atividade calmamente, mas quando apressamos o ritmo e damos um minuto para a tarefa há muitos erros?, conta Andreassa. O instrutor também programa a produção e, no meio da atividade, muda tudo, pois é assim que ocorre no mercado. As vendas nos Estados Unidos estavam bem até que ocorreram os ataques terroristas de 11 de setembro e tudo parou, exemplifica. Quando há mudanças bruscas, empresa e funcionários precisam estar preparados. "A brincadeira mostra que o sistema de manufatura enxuta responde mais rapidamente às demandas do mercado." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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