Indígenas fazem reféns 9 funcionários da Funasa no Amapá

Nove funcionários da Funasa são mantidos reféns, desde ontem, pelos índios karipunas, na aldeia do Manga, 600 quilômetros de Macapá, no Amapá. Eles só serão liberados quando a Funasa fizer um depósito de R$ 1,6 milhão na conta da Associação dos Povos Indígenas do Tumucumaque (Apitu). O valor é referente à primeira parcela de um convênio de R$ 3,1 bilhões para desenvolver ações básicas de saúde nas aldeias indígenas, como compra de medicamentos, alimentação doentes, combustível e aluguel de aeronaves para transportar os doentes da aldeia para Macapá e o pagamento dos agentes de saúde, que há três meses não recebem salários.

De acordo com o superintendente da Funasa no Amapá, Abelardo Junior, é a burocracia que atrasa a aprovação do convênio e a liberação de recursos. "O convênio foi acertado em março e, no início de junho, veio um técnico da Funasa de Brasília para os últimos detalhes, mas a burocracia impede que as coisas andem rápido", disse. Ele informou que já manteve contato com a direção da Funasa em Brasília, que garantiu que tudo estará resolvido nesta semana. "É provável que a primeira parcela seja liberada amanhã.

Abelardo conseguiu manter contato, por telefone, com os funcionários que estão na aldeia. "Ninguém está sendo hostilizado. Eles podem andar livremente, só não podem sair da aldeia." Chamados pelos caciques para um reunião, os funcionários da Funasa viajaram no domingo para a aldeia. A reunião aconteceu ontem e, ao final, os indígenas informaram que ninguém poderia sair de lá. O superintendente da Funasa só não participou da reunião porque, na ida, seu carro apresentou problemas e ele teve que retornar para Macapá.

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