Indiciados na máfia do apito no Paraná devem ser anunciados na quarta

O presidente do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) do Paraná, Bortolo Escorssin, deve divulgar provavelmente, na quarta-feira, o relatório do auditor Otacílio Sacerdote Filho, com proposta de indiciamento de pelo menos 11 pessoas entre juízes, diretores de equipes e membros da direção da Federação Paranaense de Futebol (FPF).

A expectativa é que o julgamento seja realizado na próxima semana. Eles são acusados de terem armado um esquema de manipulação de resultados recebendo vantagens financeiras.

A investigação começou no fim de agosto, após o diretor do Conselho Deliberativo do Operário, de Ponta Grossa, Sílvio Gubert, ter declarado à ESPN Brasil que pagava R$ 2 mil para uma pessoa designada como "Bruxo", para garantir as vitórias. Durante os depoimentos tomados por Sacerdote Filho e em entrevistas concedidas a meios de comunicação de Curitiba, conseguiu-se chegar ao pretenso núcleo do esquema, que estaria dentro da FPF.

Em entrevista a uma rádio, o árbitro José Francisco de Oliveira, o Cidão, atualmente trabalhando em Londres, na Inglaterra, acusou o diretor-administrativo da FPF, José Johelsson Pissaia. "Meu bruxo é o Johelsson, não sei quem são os bruxos dos outros", afirmou Cidão.

Pissaia, assim como Cidão, que é réu confesso, com certeza estarão entre os indiciados. O diretor da FPF nega as afirmações, garantindo que jamais participou da escolha dos juízes.

Pissaia disse acreditar que as denúncias devem-se a mágoas, pois ele não teria intercedido em favor de Cidão após o episódio em que confirmou um gol inexistente do Atlético-PR contra o Império pelo Campeonato Paranaense. Cidão teve o registro de árbitro cancelado pelo presidente da FPF, Onaireves Rolim de Moura. Pissaia acentuou que a partir desse episódio passou a ser ameaçado.

O auditor do TJD, que é promotor público de Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, não foi encontrado nesta segunda-feira. Mas recentemente declarou em entrevista que, a partir dos levantamentos realizados, "a coisa era acertada dentro da federação pela Comissão de Arbitragem e pelo diretor-administrativo", que definiam os juízes e os jogos acertando com eles os resultados.

"Era feito um caixa e quando chegava no fim do mês, ou a cada 15 dias, eles dividiam entre eles o montante obtido", afirmou.

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