Incra e MDA evitam declaração oficial sobre invasões

As invasões em série promovidas desde a madrugada do último domingo (18) pelo Movimento dos Sem-Terra (MST) e Central Única dos Trabalhadores (CUT), que envolveram fazendas em mais de dez municípios paulistas, não despertaram movimentação no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) ou no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Técnicos do Incra disseram não se surpreender com a onda de ocupações. Ela segue o calendário do MST, que tradicionalmente intensifica suas ações no início de março. O auge das invasões geralmente se dá em abril, mês de aniversário de Eldorado de Carajás. No ano passado, o movimento deu uma trégua a esse calendário. A redução no ritmo de ocupações, na época, foi justificada pelas peculiaridades de 2006: ano de Copa do Mundo e de eleições.

Embora o MST e a CUT tenham afirmado que o "arrastão" de terras foi organizado para cobrar ações mais rápidas e efetivas das autoridades para a reforma agrária, o MDA preferiu não se manifestar. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Ministério informou apenas que não é de praxe fazer comentários diante deste tipo de movimentação, sobretudo se é pacífica.

Oficialmente, o Incra também não se manifestou. A divisão paulista do Instituto ficou encarregada de fazer o levantamento das áreas invadidas. Pelas informações preliminares, já se sabia que os alvos escolhidos pelos movimentos eram, em grande parte, de propriedades que tinham sua produtividade questionada na Justiça.

De maneira informal, porém, integrantes do Incra rebateram as afirmações dos movimentos de que o instituto era incapaz de dar posse em fazendas improdutivas. Como argumento, funcionários do Incra citaram o número recorde de assentamentos: de 2003 a 2006, 381 mil pessoas foram assentadas.

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