Incompetência é isso

No começo do ano o governo anunciou um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), pelo qual ficava autorizado a remanejar recursos voltados à melhoria da infra-estrutura num plano-piloto aprovado pelo citado organismo. Segundo o acordo, o governo teria R$ 2,8 bilhões para aplicar sem impacto nas contas fiscais.

O Ministério dos Transportes receberia a maior parte do bolo – R$ 2,337 bilhões – para recuperar a malha rodoviária e implantar melhorias em algumas vias navegáveis. O governo empenhou R$ 880 milhões para gastar em 2005, mas como sempre começaram a aparecer os obstáculos e as obras programadas podem ficar para o ano que vem.

Para não perder o embalo, técnicos trabalham para incluir outros empreendimentos no projeto-piloto, tais como as BRs 050 (Uberaba-Uberlândia), 060 (Brasília-Anápolis), 116 (São Paulo-Curitiba) e 381 (São Paulo-Belo Horizonte). As duas primeiras estão em estado deplorável e as duas últimas serão repassadas mediante leilão à iniciativa privada, o mais tardar em outubro.

Ou seja, mais dois importantes corredores rodoviários do País, a exemplo da Via Dutra, também passarão a cobrar pedágio.

Enquanto isso, até o final da primeira semana de junho, o Ministério dos Transportes, no auge da incompetência, havia aplicado 10% dos R$ 880 milhões carimbados pelo projeto-piloto para o presente exercício. Não importa que a malha rodoviária federal, em todas as regiões, esteja transformada numa infinda sucessão de crateras.

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