Hospital Pequeno Príncipe recebe doação de mouses oculares

Neste sábado, dia 11 de novembro, o Hospital Pequeno Príncipe receberá a doação de três mouses oculares, criados e desenvolvidos pelo professor e engenheiro eletrônico Manoel Cardoso, de Manaus (AM). O mouse ocular possibilita a comunicação daquelas pessoas que não podem mais falar nem se mover. Hoje o Pequeno Príncipe tem cinco pacientes que são potenciais usuários.

A pequena Júlia Teressawa, de 6 anos, já está se beneficiando do mouse ocular. Nascida prematuramente, ela teve complicações que comprometeram seu aparelho motor e a fala. Com o mouse, ela consegue se comunicar normalmente.

O equipamento funciona através de eletrodos que captam e codificam os movimentos e piscadas do globo ocular, transformando-os em sinais que acionam "teclas" existentes na tela do computador. Essas teclas são, na verdade, as letras do alfabeto ou outros elementos que permitem ao usuário comunicar as suas necessidades e sentimentos. O programa ainda disponibiliza ao usuário alguns comandos que permitem até a navegação na Web.

A idéia do mouse ocular surgiu na década de 90, inicialmente como um projeto da Universidade Federal do Amazonas. Depois de visitar um paciente que rompeu as vértebras em um acidente e ficou sem movimento algum, mexendo apenas os olhos, Cardoso pensou em criar uma solução que permitisse às pessoas como aquele rapaz, a comunicação com o mundo exterior. "Fiquei muito sensibilizado com aquela situação", diz.

Depois de estudar o globo ocular e os sinais que movimentavam a íris, o professor criou uma solução que captura e codifica digitalmente os movimentos do globo, transformando-os em comandos de um software. Em 1999, o projeto foi assumido pela Fundação Desembargador Paulo Feitoza (AM), que investiu cerca de R$ 1 milhão somente na primeira fase do projeto. Cardoso explica que os sinais elétricos emitidos pelos olhos têm baixa freqüência – cerca de 50 milionésimos de volts – e que um dos principais desafios é ampliar este número milhares de vezes para conseguir o impulso elétrico necessário. "Trabalhamos com 2,5 volts para codificar o sinal".

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