Grupo de trabalho vai discutir a utilização de etanol e biodiesel

Em seu primeiro dia no Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva colheu
mais promessas do que avanços concretos para a economia. Em sua reunião com o
primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, ficou acertada a criação de um
grupo de trabalho da biomassa, que vai discutir a utilização de etanol e
biodiesel. Também foi anunciada a vinda de uma missão econômica japonesa ao País
ainda este ano, sem data marcada. Foi discutida, também, a possibilidade de o
Japan Bank for International Cooperation (JBIC) financiar obras de integração em
infra-estrutura na América do Sul e o interesse de empresas japonesas em
participar nas Parcerias Público-Privadas (PPPs), principalmente projetos em
ferrovias.

Na área de alimentos, onde se esperavam avanços depois da
liberação das mangas brasileiras, no ano passado, os dois presidentes apenas
mencionaram um "diálogo em nível técnico" ocorrido neste mês. Nem mesmo o
simpático lobby que Lula pretendia fazer a favor da carne brasileira, oferecendo
um churrasco às autoridades japonesas, deu certo. O Japão barrou a entrada do
produto. Pelo visto, Koizumi não sente saudades do filé mignon que lhe foi
servido no Itamaraty, em setembro passado.

Resultados mais concretos
deverão ser alcançados amanhã (27), quando serão assinados 13 contratos num
total superior a US$ 2 bilhões, a maior parte deles empréstimos do JBIC para a
Petrobrás e a Vale do Rio Doce. Entre eles, há dois de valor mais elevado: um
memorando de entendimento sobre a estruturação financeira do projeto de
modernização da Refinaria Vale do Paraíba (Revap), que envolverá US$ 900
milhões, a ser firmado entre a Petrobrás, o JBIC, o Sumitomo Mitsui Banking
Corporation (SMBC) e as empresas Mitsui, Itochu e Nexi. O segundo, um acordo de
cooperação entre uma fabricante brasileira de tubulações para petróleo e gás, a
Etesco, e a Mitsubishi Corporation, orientado para os serviços em plataformas
continentais. Envolverá US$ 400 milhões.

Lula e Koizumi ainda discutiram
a situação dos imigrantes brasileiros no Japão, os dekasseguis. Um outro grupo
de trabalho foi formado para tratar da prestação de serviços de saúde e
aposentadorias para a comunidade. Também ficou acertada uma reunião, em outubro,
para tratar da educação das crianças brasileiras residentes naquele país.

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