Greenpeace denuncia indústrias por utilização de transgênicos em óleo de soja

O Greenpeace denunciou a utilização de soja transgênica na fabricação das duas marcas líderes de óleo de cozinha no Brasil. A entidade entregou um dossiê e uma carta ao Ministério da Justiça e a deputados federais da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, reivindicando o cumprimento da lei que determina a rotulagem dos produtos fabricados com matéria-prima transgênica. O material do dossiê traz amostras de soja, documentos e um vídeo com declarações de caminhoneiros e imagens da realização de testes. As evidências entregues ao governo comprovam que a soja transgênica está sendo usada pela Bunge e pela Cargill na fabricação de diversos produtos, como os óleos Soya, Liza, Primor e Olívia, e que não há qualquer rotulagem dos produtos oferecidos ao consumidor.

O dossiê também foi encaminhado à Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado e aos ministérios de Meio Ambiente, da Saúde e da Agricultura. O Ministério Público Federal e as Comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Agricultura da Câmara dos Deputados e a Associação Nacional de Procons receberam cópias do dossiê com as denúncias.

?O Greenpeace demanda que os órgãos governamentais cumpram suas obrigações e a lei. É fundamental que o consumidor seja informado sobre o que está comprando para poder exercer o seu direito de escolha. Isso está garantido pelo Código de Defesa do Consumidor e precisa ser respeitado?, declarou Gabriela Couto, dirigente do Greenpeace. ?Quanto aos óleos Soya e Liza, que são transgênicos mas estão sendo vendidos sem o devido rótulo, o Greenpeace exige que sejam retirados das prateleiras dos supermercados, já que estão em situação ilegal?, informou.

Em julho de 2005, o Greenpeace coletou amostras de soja de diversos caminhões e realizou testes de fita Trait/SDI, que detectam transgênicos. O resultado foi positivo em todas as fábricas investigadas, com exceção da unidade da Bunge em Campo Grande/MS, que fabrica produtos para exportação e é certificada pela empresa SGS. As demais amostras, que apontaram a presença de transgênicos, foram coletadas nas fábricas de processamento de soja da Bunge em Ourinhos/SP e Dourados/MS, e na fábrica da Cargil em Três Lagoas/MS.

?A Bunge tem lugar que aceita e tem lugar que não aceita transgênicos. Em Campo Grande, não aceita transgênicos. Tem que ir pra Dourados?, confirmou E.S.J., caminhoneiro que estava descarregando soja transgênica na unidade da Bunge em Ourinhos/SP.

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