Gasoduto pára seis vezes em menos de um ano no Amazonas

Inaugurada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em junho do ano passado, a obra do gasoduto Coari – Manaus já parou pelo menos por seis vezes, com atrasos de semanas até meses. Só para a abertura de clareiras, feitas pelo Exército, foi necessário quase um ano de negociação.

Além de pendências burocráticas, há paralisações por causa das chuvas e espaços alagados na linha do gasoduto. Um engenheiro da Petrobras que fiscaliza a obra afirmou que, por causa da preservação de animais silvestres, por duas semanas os trabalhadores ficaram de braços cruzados esperando que uma família de jacarés saísse de um lago numa linha a ser construída.

No início de maio a obra parou por cerca de 15 dias. A Petrobras considerou alto o preço cobrado pelo metro de tubos usados na construção. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), em outubro do ano passado, conseguiu paralisar a obra por quase dois meses porque não há autorização do instituto para a construção, apenas do órgão estadual, o Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam).

A obra do gasoduto, quando foi iniciada, teve divulgado como prazo final para conclusão 21 meses. Com a extensão de 400 quilômetros por meio de mata virgem desmatada e até por debaixo de rios, o gasoduto foi orçado em US$ 393 milhões. Os dutos devem transportar 10 milhões de metros cúbicos por dia do gás natural de Urucu até Manaus. Segundo a assessoria da Petrobras, a idéia é que o gás substitua o óleo combustível que movimenta as termoelétricas responsáveis pela geração de energia elétrica para o Amazonas. A economia prevista é de R$ 1,2 bilhão por ano.

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