Furlan anuncia dia 2 as metas da balança para 2006

Brasília – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, irá interromper as férias no dia 2 de janeiro para anunciar, em São Paulo, as metas de exportação e saldo comercial em 2006. A Secretaria de Comércio Exterior fez uma consulta aos setores exportadores para fechar os números. O governo continua apostando na expansão das vendas externas no próximo ano mas espera uma queda no ritmo de crescimento. O ministro já afirmou que o aumento das exportações deve ser menor que a média dos últimos três anos, que foi de 25%.

No entanto, a meta de dobrar as exportações nos quatro anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva foi praticamente atingida este ano, o que fez Furlan anunciar que a projeção de US$ 120 bilhões para 2006 será revista. No final de 2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, as exportações somaram US$ 60,4 bilhões. Este ano, a meta de U$ 117 bilhões deverá ser superada.

Para o Ministério do Desenvolvimento, o cenário ideal para 2006 é uma expansão mais forte das importações do que das exportações, o que sinalizaria uma retomada dos investimentos puxado pelo aumento do consumo interno. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta um crescimento de 18% das importações em 2006, totalizando US$ 86,5 bilhões.

Na avaliação da CNI, além de uma economia interna mais aquecida, o preço do petróleo no primeiro semestre do próximo ano permanecerá maior que o registrado no mesmo período deste ano, resultando num crescimento em valores das importações. Já as exportações, segundo a CNI, devem ter um incremento de apenas 10%, fechando na casa dos US$ 130 bilhões em 2006, o que resultaria num superávit comercial de US$ 43,5 bilhões.

Quatro fatores devem ser decisivos para frear o ritmo de crescimento das exportações no ano que vem, segundo avaliação do ministro Furlan: a valorização do real, a indicação de queda na próxima safra agrícola, a redução dos preços internacionais de algumas commodities e o alto custo de logística no Brasil. Por outro lado, o ministro já disse que a meta a ser fixada para o próximo ano terá que ser factível e desafiadora ao mesmo tempo. O saldo comercial em 2006 também deve continuar elevado. A única projeção feita por Furlan recentemente é que superará os US$ 30 bilhões.

O ministro faz questão de destacar sempre que, nos três anos de governo Lula, o saldo comercial é de mais de US$ 100 bilhões. Ele, porém, considera que o superávit alcançado este ano, superior a US$ 44 bilhões, é muito elevado e acima das necessidades do Brasil para financiar os seus compromissos externos.

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