Brasília – A criação de um fundo internacional para compra de medicamentos esteve no centro dos discursos de abertura da Conferência de Paris sobre Fontes Inovadoras de Financiamento do Desenvolvimento. O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, acredita que a mobilização de recursos financeiros pode, inclusive, reduzir os preços dos medicamentos.
O fundo seria criado com recursos de taxa sobre bilhetes aéreos internacionais e estaria voltado para ações de assistência a países subdesenvolvidos. "Esperamos que o volume e a regularidade das compras ? assim como uma política ativa de negociações ? provoquem uma queda dos preços e encoragem uma produção mais diversificada dos medicamentos, inclusive genéricos, nos países em desenvolvimento", explicou Celso Amorim.
O ministro sugeriu que a central internacional de compra de medicamentos seja dirigida em conjunto pelos estados doadores e os países beneficiários, além de ter como órgãos consultivos a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unaids), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e outros organismos.
De acordo com Amorim, apesar dos esforços da comunidade internacional, os resultados obtidos ainda são " insuficientes" já que 6,5 milhões de pessoas permanecem sem acesso a medicamentos antiretrovirais. Ele lembrou que "o Brasil foi um dos primeiros países em desenvolvimento a adotar uma política de luta contra a AIDS baseada no equilíbrio entre prevenção e tratamento universal e gratuito".