Frente do “não” comemora resultado de pesquisa e critica o governo

O comando da Frente do "Não" comemorou o resultado da pesquisa de opinião do Ibope, divulgada na noite desta sexta-feira, que apontou uma diferença de 10 pontos percentuais entre o percentual dos que pretendem votar contra a proibição do comércio de armas (51% dos entrevistados) em relação aos que querem o fim da venda de armamentos (41%). "É um resultado excelente, espero que os números se confirmem nas urnas no referendo de domingo", afirmou o deputado Luiz Antônio Fleury, um dos coordenadores da frente.

Fleury avaliou que a pesquisa foi "realmente correta" ao mostrar resistência das mulheres à idéia de ter armas em casa. O instituto de pesquisa estimou que as duas opções dividem de forma igual a preferência feminina. "Acho que é natural esse resultado, pois a campanha do "sim" foi voltada para as mulheres na reta final", disse o deputado. "A pesquisa está absolutamente certa."

Luiz Antônio Fleury afirmou que, nas últimas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma posição "correta" ao evitar novas mensagens de apoio à proibição da venda de armamentos. "O governo não deveria ter entrado num debate que não era partidário nem com a oposição", disse o deputado. "É bom que ele (Lula) tenha voltado atrás."

O parlamentar voltou a criticar a postura do ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, maior defensor do "sim" no âmbito do governo. "O ministro assessorou muito mal o presidente nessa questão", completou.

Na tarde de hoje, os coordenadores da Frente do "Não" já previam um aumento dos que defendiam a manutenção do comércio de armas na pesquisa Ibope. Fleury observou que a frente conseguiu reverter a preferência pelo "Sim" nos últimos 20 dias. "Era um desafio mudar a situação em pouco tempo", disse. "Durante três anos, houve uma predominância nos meios de comunicação da Frente do "Sim"", completou. Fleury afirmou que o êxito da campanha em rádio e televisão do "Não" obteve êxito ao apostar na divulgação da idéia de que a proibição do comércio de arma tira direito do cidadão. A Frente do "Não" evitou programar manifestações para amanhã em defesa da opção 1.

Voltar ao topo