Foz do Iguaçu e região sofrem com casos ?importados? de dengue

Foz do Iguaçu e os municípios situados às margens do lago de Itaipu, onde se localizam as praias artificiais do Paraná, sofrem com os casos ?importados? da dengue mais que qualquer outra região do Estado. Por causa disso, a ação da Operação Guerra à Dengue na região tem características exclusivas, explicou nesta sexta-feira (20) o coordenador da campanha, tenente coronel Anselmo José de Oliveira, secretário-chefe da Casa Militar.

Oliveira e o vice-governador Orlando Pessuti participaram de reunião na sede da 9.ª Regional de Saúde, em Foz do Iguaçu, para detalhar as estratégias de combate à dengue na região. ?O mosquito viaja em ônibus, caminhões, trens e carros. Até mesmo em aviões, apesar de todo o rigor nos cuidados com a higiene, já encontramos focos do aedes aegypti. Portanto, é preciso conscientizar os viajantes de que o mosquito pode estar em qualquer meio de transporte?, disse o coordenador.

A reunião em Foz do Iguaçu teve a presença dos secretários Airton Pisseti (Comunicação Social) e Claudio Xavier (Saúde), do presidente da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar), Ney Caldas, e dos prefeitos de Foz, Paulo MacDonald, e de outros municípios da região.

Operação de guerra

Pessuti usou a situação de Santa Helena para explicar as particularidades da região. O município não tinha nenhum caso de dengue registrado até dezembro do ano passado. ?A partir da abertura da temporada nas praias artificiais, no entanto, os casos foram surgindo e hoje já são 426 registros. Em Foz do Iguaçu, temos 44 casos de dengue ?importada?. Assim, é preciso agir em várias direções, mas em todas elas é necessário contar com o apoio da população?, afirmou.

O vice-governador reafirmou que o Paraná está em guerra contra a dengue. ?Queremos eliminar o maior número possível de focos do mosquito, que ataca homens, mulheres e crianças, ricos ou pobres. O clima, que este ano foi favorável à produção agrícola, em compensação também é o ideal para a proliferação do mosquito, o que fez com que a doença se alastrasse por diversos municípios, inclusive Foz do Iguaçu. Por isso, para que esta operação de guerra tenha o resultado esperado, é necessário o envolvimento de toda a sociedade?, reiterou Pessuti.

Frentes de trabalho

Oliveira detalhou as três frentes de trabalho utilizadas pelo Governo do Paraná no combate à dengue. ?A primeira é de responsabilidade do secretário da Comunicação Social, Airton Pisseti, que tem a tarefa de explicar à população a necessidade de eliminarmos os criatórios do mosquito da dengue, retirando o lixo de quintais e terrenos baldios e acabando com os depósitos de água parada, onde o inseto costuma depositar seus ovos?, disse.

A segunda frente envolve a organização de mutirões nos municípios onde há mais casos da doença. ?Em muitos municípios, como Foz do Iguaçu, já estamos avançados nesse processo, e estamos aqui justamente para apoiar e incrementar o trabalho. Porém, alguns municípios ainda estão desmobilizados. Mas acredito que, com o trabalho que estamos fazendo, logo teremos todos envolvidos na campanha e os focos serão eliminados?, afirmou Oliveira.

A terceira frente de atuação consiste na aquisição de viaturas equipadas com máquinas especiais para lançar o inseticida em alta escala e de máquinas costais. ?Com isto, estaremos acabando com os criatórios, onde os ovos ficam depositados e demoram até 450 dias para eclodirem dependendo das condições climáticas. Daí a importância de se manter todos os locais limpos e livres de água parada?, ressaltou o coordenador.

Reforço

A reunião em Foz do Iguaçu encerrou a série de encontros de trabalho desta semana entre órgãos municipais, regionais e estaduais de Saúde, Meio Ambiente, Segurança Pública e Educação organizados pela Operação Guerra à Dengue, do Governo do Paraná. Desde quarta-feira (18), também foram realizadas reuniões em Londrina, Cascavel e Maringá. Os encontros tiveram a participação de representantes dos 33 municípios com mais casos da doença no Estado.

Nas reuniões, ficou determinado que cada região fará o levantamento de suas necessidades específicas. Também foi criado um calendário de atividades preventivas, como mutirões que serão marcados em cada uma das cidades consideradas prioritárias.

O combate à dengue ganhou esta semana o reforço de 1,8 mil alunos de 300 escolas estaduais localizadas na área de abrangência da campanha. O material informativo inclui noções básicas de prevenção à doença e será distribuído também para associações de pais e mestres e associações de professores. A partir de 2008, a dengue será tema do currículo escolar na rede estadual de ensino. A Secretaria da Saúde está preparando material que será trabalhado nas salas de aula pelos professores.

Como prevenir o surgimento do mosquito da dengue

Vasos – a água deve ser retirada dos pratinhos, que devem ter o fundo forrado com areia. Não se esqueça de limpar o recipiente com escova, esponja e detergente.

Outros recipientes ? panelas, bacias, latas, garrafas, calhas, pneus ou outros objetos que possam acumular água devem ser esvaziados, jogados no lixo ou virados para que não retenham líquido.

Caixas d?água e piscinas necessitam de manutenção constante

Ferros-velhos e depósitos de material de construção devem ter atenção redobrada, em função da quantidade de objetos que podem se tornar depósitos de água.

Recipientes de alimentos e água de animais domésticos devem ser periodicamente limpos.

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