Fotógrafo expõe trabalho sobre Amazônia

ecoterra.jpgRetratar o lugar, as pessoas e a cultura. Essa é a busca do fotógrafo paraense Luiz Braga, que comemora trinta anos de carreira com a exposição Retratos Amazônicos. A forma como as pessoas se vestem, como pintam suas casas, seus barcos, seus gestos e o jeito de viver, tudo o que é particular da Amazônia está nas imagens. ?É aquilo que nos diferencia dos ícones globalizados?, diz Braga. Vivência e percepção que foram construídas em um aprendizado constante, característico de quem respeita o ritmo de sua região. Luiz Braga, fotógrafo profissional desde 1975, diz que o seu olhar sobre aquela terra se fez sem pressa, o que é visível pela proximidade entre fotógrafo e fotografado. ? Hoje eu digo que expresso na minha fotografia um território interior e que tem na sua formação muito das referências da região onde nasci e escolhi viver?. A principal preocupação de Braga é de que se leve em conta o saber e a cultura dos habitantes da Amazônia na formulação de propostas para a região. ?Infelizmente ao se tentar aplicar aqui alguns modelos de ocupação espacial não se levou isso em conta, o que resultou em uma ocupação equivocada e em sérios problemas sociais, especialmente no sul do Pará?.

Sobre a situação atual da Amazônia e as discussões em torno de quem a habita, Braga diz que esse tipo de xenofobia é muito ruim. ?A região tem ?brasileiros? que a destroem e matam e estrangeiros que geram conhecimento e a adotaram como sua terra. Ao lado de brasileiros geniais e estrangeiros oportunistas. Portanto, não é nacionalidade que define quem pode ou não estar aqui. Mas é preciso sim uma ocupação inteligente da região para que ela não alimente aquelas teses colonizadoras de ?internacionalização? da Amazônia?, diz. Com estes pensamentos, ele preserva uma relação natural e eternamente encantada, tanto com o meio ambiente como com as pessoas. ?Hoje a minha relação é de me deixar levar pelo encantamento que a região tem. Esse encantamento, claro, é apenas um viés de sua complexa teia, mas é esse que me interessa?. Aprendiz da luz equatorial, Braga recriou ambientes através do seu olhar e construiu a identidade do seu trabalho. Trajetória traduzida nas 54 imagens que compõe a exposição no MAM/SP. ?As fotos escolhidas pelo Tadeu Chiarelli (curador) levaram em conta a constituição do meu olhar ao longo dos 30 anos de carreira. Nela estão fotos que reunidas em pequenos conjuntos revelam o percurso do meu olhar?. Em breve será lançado um livro-catálogo com o material da exposição e textos de especialistas sobre a obra de Luiz Braga.

www.ecoterrabrasil.com.br

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