Ford tem prejuízo de US$ 5,8 bilhões no trimestre

A Ford registrou prejuízos de quase US$ 6 bilhões no terceiro trimestre, anunciou o grupo ontem nos Estados Unidos. A empresa alegou gastos com a reestruturação para corte de custos e pessoal e queda das vendas principalmente nos EUA e na Europa. A única região em que a Ford ganhou dinheiro no período foi na América do Sul, onde o Brasil participa com quase 70% das vendas da marca.

O prejuízo líquido total da Ford no terceiro trimestre foi de US$ 5,8 bilhões, o maior registrado neste ano. De janeiro a setembro a companhia acumula prejuízo de US$ 7,2 bilhões, contra um lucro de US$ 2 bilhões em igual período de 2005.

A perda do terceiro trimestre inclui US$ 4,6 bilhões em provisões para o programa de reestruturação na América do Norte que prevê fechamento de várias fábricas e 40 mil demissões até 2008. Também inclui a depreciação de fábricas da marca Jaguar que serão fechadas.

"Esses resultados são claramente inaceitáveis", disse o novo presidente da Ford, Alan Mulally. "Temos um compromisso em lidar decisivamente com a realidade de negócios, que nos mostra que a demanda dos clientes está se orientando para veículos menores, mais eficientes." Segundo ele, é preciso "acelerar o desenvolvimento de veículos novos, que os clientes realmente desejam comprar.

A Ford vem perdendo mercado principalmente para a japonesa Toyota, que já a desbancou como segunda maior fabricante mundial de veículos.

Brasil

O lucro da Ford na América do Sul antes dos impostos foi de US$ 222 milhões, mais que o dobro do obtido em igual período de 2005 quando o resultado positivo foi de US$ 96 milhões.

De acordo com o balanço divulgado ontem pela matriz, as vendas na América do Sul no período de julho a setembro somaram US$ 1,5 bilhão, 25% a mais do que há um ano.

Só no Brasil, a Ford deve vender este ano 223 mil veículos, 6% a mais que em 2005. O presidente da montadora no Mercosul, Barry Engle, anunciou na semana passada seis lançamentos para 2007 e confirmou investimentos de R$ 300 milhões para o início da produção de um compacto popular na fábrica de São Bernardo do Campo (SP).

A fábrica do grupo na Bahia, que produz os modelos Fiesta e EcoSport, os mais vendidos da marca, opera hoje em capacidade plena, em três turnos ininterruptos e não há previsão para ampliação. A atual crise na matriz, segundo Engle, não teve impacto no Brasil. "Já passamos por processo de reestruturação nos últimos quatro ou cinco anos e agora estamos tendo lucro", disse Engle. "A receita é simples: focamos em novos produtos e na redução de custos.

Na América do Norte, a Ford perdeu US$ 2 bilhões na operação automotiva no terceiro trimestre, ante US$ 1,2 bilhão em 2005. Na Europa, o prejuízo foi de US$ 13 milhões, menor que os US$ 55 milhões anteriores. Já na Ásia-Pacífico e África houve perda de US$ 56 milhões, ante lucro de US$ 21 milhões em 2005.

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