Força-tarefa para preservar o que resta de floresta com araucária

Até o final do ano, Paraná e Santa Catarina devem ganhar pelo menos mais seis unidades de conservação ambiental para se preservar o pouco que resta de floresta com araucária, ecossistema em fase maior de degradação do Brasil. Durante 37 dias, uma força-tarefa formada por 22 entidades percorreu os dois estados e definiu as áreas que serão apresentadas ao Ministério do Meio Ambiente e à direção do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Depois da definição das áreas, será feita escolha de em qual tipo de unidade de conservação as áreas devem ser transformadas. "Pode ser um parque nacional, uma reserva biológica, um refúgio de vida silvestre, que são unidades de conservação integral ou uma Área de Proteção Ambiental (APA), que dá um pouco mais de permissibilidade para sua exploração", explicou o coordenador da força-tarefa e biólogo do ministério, Maurício Savi. Ele destacou que depois dessa definição serão feitas audiências públicas para informar a população sobre os ganhos com a preservação. Posteriormente, o ministério repassará à Casa Civil para que as unidades sejam criadas por decreto presidencial.

Savi destacou que o estudo apontou para criação de duas áreas de proteção integral em Santa Catarina, três no Paraná e uma área que abrange os dois estados, que seria de manejo sustentável, ou seja, uma APA. Os locais já foram definidos, mas não podem ser divulgados. Apenas é público que as cinco áreas de proteção integral devem somar 50 mil hectares. "A área de manejo é muito grande, envolvendo os municípios de Palmas, Bituruna e Coronel Domingos Soares no Paraná e Aberlardo Luz e Água Doce em Santa Catarina", contou, lembrando que restam apenas 0,8% de florestas com araucária em Santa Catarina e 0,7% no Paraná.

Corredores

O coordenador de Florestas e Sistemas Agroflorestais da ONG The Nature Conservancy, Fernando Veiga Neto, destacou que além das unidades é importante que sejam plantadas novas árvores criando corredores, ligando as unidades. Para isso, ele destacou, a importância da iniciativa das ONGs, do governo federal e das entidades privadas. "Os donos das propriedades têm que aprender que não se ganha dinheiro apenas plantando soja e pinus. A floresta conservada tem seu valor, algumas vezes mais alto, podendo angariar recursos e garantindo a qualidade da água, valorizando mais o solo, com a venda de créditos de carbono, entre outras formas de transformar em sustentáveis as florestas", explicou.

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