Força Sindical chegou no limite da negociação do mínimo, diz Paulinho

Rio – A Força Sindical não tem mais como ceder no que diz respeito ao reajuste do salário mínimo e à correção da tabela do Imposto de Renda. A afirmação foi feita pelo presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. Segundo ele, a proposta inicial dos trabalhadores era de um mínimo de R$ 400, passou para R$ 360 e chegou a R$ 350, desde que o reajuste fosse antecipado para março.

"Ultrapassamos todos os limites para que o governo possa fazer um acordo conosco. A gente sabe que o governo não tem saída e vai ter que fazer um acordo conosco, porque se ele não fizer, isso vai para o Congresso. É ano eleitoral e o Congresso, desmoralizado do jeito que está, com certeza, vai fazer um carnaval disso", afirmou o dirigente em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional.

Para Paulinho, além da expectativa de antecipação do aumento para o mês de abril, o valor proposto representa um aumento "razoável" de R$ 50 do salário mínimo, embora "não cumpra a promessa do governo Lula" de dobrar o salário mínimo. "Para quem ganha salário mínimo é importante", disse. Ele também lembrou que a Força Sindical defende a mudança gradual (a cada ano) da data base, que hoje é maio, para janeiro.

O dirigente sindical acrescentou que também chegou ao limite na proposta de reajuste para a tabela do imposto de renda. Ele afirmou que o governo Lula tem o compromisso de, em uma negociação com trabalhadores, corrigir a tabela de acordo com a inflação do período. "A defasagem do período do governo Lula é de 13%, a do governo Fernando Henrique ficou em 39%. Fizemos uma proposta de 10% e ontem a gente fez a última proposta de 8%", afirmou.

Segundo Paulo Pereira da Silva, nas grandes negociações salariais as centrais sindicais acertaram reajustes em torno de 8% a 9% e a preocupação, agora, é manter a tabela de acordo com o ganho salarial para impedir o impacto dos tributos nos salários. "Se conseguirmos uma correção da tabela em torno de 8% poderemos garantir que aqueles trabalhadores que tiveram aumento, a grande maioria do Brasil, continuem a não pagar imposto de renda. Esse é o nosso último pleito", disse.

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