Diante da ocorrência de foco de febre aftosa ocorrida neste final de semana no município de Eldorado, no Mato Grosso do Sul, o Estado do Paraná está em alerta máximo. Ao mesmo tempo, o Governo do Paraná está confiante nas medidas que estão sendo tomadas pelo Governo do Mato Grosso do Sul para conter e erradicar a doença na região.
O secretário da Agricultura em exercício, Newton Pohl Ribas, disse que a confiança no Mato Grosso do Sul é justificada pela portaria baixada no último sábado (8) pelo Governo sul-mato-grossense que considera os municípios de Eldorado, Itaquirami, Iguatemi, Mundo Novo e Japorã, como áreas de risco sanitário. A portaria também proíbe o trânsito de animais de qualquer natureza dentro dos cinco municípios citados, assim como o tráfego entre eles.
Também está proibido o trânsito de qualquer produto ou subproduto de origem animal, num raio de 25 quilômetros da propriedade do foco. O documento determina a instalação de barreiras sanitárias para que a decisão seja cumprida devidamente, explicou Newton Pohl Ribas.
Segundo o secretário em exercício, o Governo do Paraná decidiu fechar suas divisas com o Mato Grosso do Sul até que se tenha uma melhor avaliação da situação. ?A medida visa resguardar o patrimônio agropecuário do Estado?, afirmou. Ele disse que a confiança de que o Paraná está protegido por qualquer ameaça de ser atingido pela doença é justificada pelo excelente trabalho de vigilância epidemiológica desenvolvido em nosso Estado. ?Nossos esforços e ações envolvem tanto as medidas de prevenção primária, que têm como objetivo impedir o ingresso do vírus no Paraná, como as medidas secundárias. Estas são adotadas em caso do vírus entrar no Estado. As medidas secundárias visam impedir que a doença se manifeste e, caso isso ocorra, propague-se pelo território paranaense?, disse Ribas.
Entre as medidas de prevenção primária, explica Newton Pohl Ribas, a Secretaria da Agricultura desenvolve eficiente operação no controle de trânsito. Controla a entrada de animais e produtos de origem animal 24 horas por dia. Este monitoramento é realizado por meio dos postos fixos da Claspar (Empresa de Classificação do Paraná), sob coordenação dos técnicos da Departamento de Defesa, Fiscalização e Sanidade Agropecuária (Defis).
Nesta operação só é permitida a entrada de animais e produtos de origem animal acompanhados de documento emitido por órgão oficial na origem. O documento deve confirmar a inexistência de qualquer problema sanitário. ?É importante lembrar que o Paraná possui um dos poucos sistemas de barreira de trânsito do País informatizado, o que permite o rastreamento das cargas em tempo real?, diz o secretário.
Vacinação
Quanto às medidas de prevenção secundária, o Paraná adota a vacinação contra a febre aftosa. O Estado tem excelentes índices de cobertura vacinal, com atenção especial aos municípios de fronteira. O Departamento de Fiscalização, Defesa e Sanidade Agropecuária conta com uma estrutura de 122 unidades veterinárias, 187 subunidades e 30 postos fixos da Claspar. No momento, os técnicos concluem um inquérito soro-epidemiológico com o objetivo de comprovar a ausência do vírus no Estado.
O Paraná é um dos poucos Estados do País que realizam duas etapas de vacinação durante o ano contra a febre aftosa. ?Com isso, obtemos excelentes índices. A realização das duas etapas de vacinação, que ocorrem nos meses de maio e novembro, visa alcançar todas as faixas etárias dos animais?.
No Paraná, existem 214.988 propriedades rurais com bovinos. O rebanho paranaense é de 10.094.000 cabeças. Na última etapa da vacinação contra a aftosa foram imunizadas, no prazo normal da campanha, que é de 20 dias, 9.969.000 cabeças. Ou seja, 98,8% dos animais do Estado. O restante do rebanho foi vacinado apor meio da ação da fiscalização, já que é obrigatória a vacinação de todos os animais.