Fiscais agropecuários aguardam avaliação de sua proposta pelo governo

São Paulo ? Depois de recusar, ontem (22), as propostas feitas pelos ministérios do Planejamento e da Agricultura, os fiscais agropecuários federais apresentaram hoje (23) a contraproposta e aguardam uma análise por parte do governo. A informação foi dada à Agência Brasil pelo coordenador do Comando Nacional de Negociações da categoria, Wilson Roberto de Sá. Os fiscais estão em greve desde o dia 7 deste mês.

Na reunião de ontem, os representantes dos ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ofereceram 10% de aumento salarial para janeiro de 2006 e mais 5% para junho do mesmo ano. Segundo Wilson Roberto de Sá, a proposta foi rejeitada pelas associações de fiscais dos 27 estados do país, por consulta online.

De acordo com Sá, a reunião de hoje foi realizada na sede do Planejamento, em Brasília, e teve a participação do secretário de Recursos Humanos, Sérgio Mendonça, e do diretor de Relações do Trabalho, Vladimir Nepomuceno, ambos do Ministério do Planejamento, e do secretário executivo do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos Guedes Pinto.

"Levamos nossa posição e explicamos nossos motivos, pois não podemos, numa negociação, acenar para a categoria com uma proposta que está tão aquém de nossas expectativas. Os itens que colocamos na nossa contraproposta já fazem parte do próprio Ofício 556, de 27 de julho de 2005, do Ministério da Agricultura", explicou Sá. "Eles disseram que vão analisar e dar uma resposta, marcar uma nova reunião. Pode acontecer nas próximas horas", disse.

Os fiscais agropecuários pedem a reestruturação da carreira com aumento do salário inicial de R$ 2.518 para R$ 4.140 e do teto salarial de R$ 4.021 para R$ 5.902; extensão de gratificação para aposentados e pensionistas, criação da escola de capacitação para os profissionais, discussão aprofundada da Lei 9.712/98 e a realização de concursos para a complementação do quadro de funcionários.

Wilson Roberto de Sá disse que não somente o plano de carreira e a elevação dos valores salariais estão impedindo o fim da greve, mas o conjunto das reivindicações, inclusive o debate da Lei de Política Agrícola (Lei 9.712/98). "Essa lei, do governo de Fernando Henrique Cardoso, faz a hierarquização da defesa, inspeção e fiscalização agropecuária nos níveis federal, estadual e municipal. Não somos contrários à regulamentação. Somos contra essa versão. Somos a favor da regulamentação da lei mas numa ampla discussão, que abranja os fiscais agropecuários", explicou.

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