Febre perigosa

É inquietante a presença recorrente dessa moderna espada de Dâmocles sobre o cotidiano dos consumidores, ou seja, a contumaz ameaça da inflação. O temido boletim Focus, distribuído pelo Banco Central, um dos muitos termômetros usados para medir a intensidade da febre terçã que acomete a economia brasileira, mostra uma perigosa curva ascensional de preços no atacado e na ponta do consumo.

O chamado Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (INPC-A) acabou de entrar em campo com a faixa de 6,15%, no lugar da outra que – na semana passada – indicava 6,10%. A leve tendência altista foi detectada em pesquisa realizada junto a cem instituições financeiras, levando em consideração os principais indicadores econômicos do País.

O IPCA, que até meados do mês mantinha-se ao redor de 0,50%, pulou para 0,70%, depois de algum tempo na casa dos 0,67%. A oscilação da febre inflacionária ainda é baixa, mas não deixa de preocupar os responsáveis pelo estado geral do paciente maleitoso.

Por exemplo, o Índice de Preços ao Consumidor medido pelo IPC-Fipe, da Universidade de São Paulo, levantamento que reflete os preços ao consumidor na cidade de São Paulo, anuncia a chegada a 5,88%, enquanto o Índice Geral de Preços (IGP) tem previsão de crescimento de 6,88% para 6,95%.

Medir a intensidade da febre econômica brasileira e criar uma profusão de siglas para identificar a doença não é problema. O desafio é eliminar os fatores que realimentam o fogacho dos preços.

Voltar ao topo