A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), com sede em Roma, prevê que a América Latina e o Caribe terão em 2020 menos matas, mais plantações florestais, uma importante participação no comércio internacional e mais zonas protegidas, segundo um informe apresentado há alguns dias.
A FAO explicou que essa é a conclusão de um estudo efetuado pela organização, cujas previsões foram apresentadas em recente debate com representantes da Comissão Florestal para a América Latina e o Caribe, reunidos em San José, na Costa Rica.
Durante a reunião, um especialista florestal da FAO, Merilio Morell, indicou que "os desafios e as oportunidades das mudanças previstas exigem uma maior participação das comunidades e do governo local na gestão florestal, uma melhor regulamentação dos direitos de propriedade, um comércio inter-regional mais eficaz e a criação de sistemas para que a informação circule melhor".
Os representantes dos países participantes reconheceram a necessidade de executar atividades de acompanhamento coordenadas e programas específicos em resposta às previsões.
Segundo o estudo da FAO, prevê-se que a cobertura florestal continue diminuindo até 2020. A contração será de 964 milhões de hectares em 2002 para 887 milhões de hectares em 2020, que é o equivalente a 47% do total da superfície territorial da região.
Além disso, se prevê um incremento das plantações florestais de 12 milhões de hectares para mais de 16 milhões e é provável também que aumentem as zonas protegidas.
Entre 1950 e 2003 as zonas protegidas aumentaram de 17,5 milhões de hectares para 397 milhões, que representam 19% do total da superfície territorial da região e 23% das zonas protegidas do mundo.
De agora até 2020 se prevê a criação de novas zonas protegidas na região, que compreendem parques gigantescos e corredores biológicos.
Morell explicou que "com os mecanismos adequados para financiar a ordenação sustentável dos bosques será possível inverter a tendência de desmatamento e conservar os ecossistemas florestais". Ele assegurou que "a América Latina e o Caribe estão na vanguarda na execução desses novos mecanismos".