Famílias receberão relatório de acidente da Gol

Os familiares das 154 vítimas do choque entre o jato Legacy e o Boeing da Gol ocorrido em 29 de setembro serão os primeiros a receber cópia do relatório preliminar do acidente. Na manhã de hoje, o representante da Associação dos Familiares e Colaboradores dos Passageiros do vôo 1907, Jorge André Fernandes Cavalcante, se reúne com o coronel Rufino Ferreira, chefe do Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e coordenador da comissão de investigação. À tarde, o militar dará entrevista para apresentar os primeiros resultados.

"Estou muito curioso e ansioso. Vai ser o primeiro momento em que vamos ter contato com o que de fato aconteceu", disse Cavalcante.

O representante das famílias afirmou que os advogados não podem nem pretendem utilizar o relatório preliminar como peça acusatória nos tribunais. "Nosso objetivo é o mesmo das autoridades aeronáuticas: descobrir o que aconteceu para evitar que essa tragédia se repita. Mesmo porque os processos que estão sendo movidos nos Estados Unidos não dependem disso", afirmou ele.

Nessa fase, o documento não apontará responsáveis pelo acidente. Mas mostrará que uma somatória de diversos fatores contribuiu decisivamente para a maior tragédia da aviação civil do País.

Divididos em três grupos, os investigadores apuraram fatores operacionais, materiais e também humanos que pudessem levar ao choque entre as duas aeronaves. O relatório irá destacar, entre outras coisas, o descumprimento do plano de vôo por parte dos pilotos americanos do Legacy, a inexistência de sombras na rede de comunicação via rádio e de radares, além de traçar um perfil sobre o formação dos pilotos dos aviões e dos controladores de vôo envolvidos no caso.

Os dados extraídos das caixas-pretas e os diálogos gravados pelos centros de controle do tráfego aéreo de Brasília (Cindacta-1) e Manaus (Cindacta-4) deverão permanecer sob sigilo.

Como essas informações ainda estão sendo interpretadas, o Comando da Aeronáutica optou por tornar público apenas os registros concretos, que não podem ser contestados.

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