Faltam R$ 260 milhões para financiar casa popular

Os recursos destinados este ano ao Programa de Arrendamento Residencial (PAR), que financia a construção de moradias para a população de baixa renda, serão insuficientes para atender a toda a demanda, segundo avaliação da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Um estudo da entidade, com base em dados da Caixa Econômica Federal, revela que, para cobrir todos os projetos que já estão em análise pelo banco, faltam cerca de R$ 260 milhões este ano. Esse dinheiro teria que ser acrescentado ao orçamento de 2006 do PAR, que é de R$ 1,2 bilhão

O Ministério das Cidades, responsável pelo programa, reconheceu que a demanda de projetos é maior que os recursos disponíveis, mas não considera isso um problema. "O fato de ter um número maior de projetos é até desejável porque eles precisam de tempo para maturação. Alguns deles, por exemplo, ainda dependem de licenças ambientais para serem executados", justificou a secretária Nacional de Habitação do ministério, Inês Magalhães

Ela informou que os projetos em análise atualmente somam pouco mais de R$ 600 milhões e, até o fim do ano, o orçamento prevê a destinação de cerca de R$ 400 milhões. A secretária ponderou, no entanto, que a possibilidade de fechar o ano sem contemplar todos os projetos não significa que eles não serão atendidos. "Ao contrário, é bom que no início do próximo ano existam projetos prontos para serem financiados com o orçamento de 2007" afirmou ela

O vice-presidente da CBIC, José Carlos Martins, defendeu o PAR, criado em 1999, como o "programa de caráter mais social" da habitação. Segundo ele, a grande vantagem é a redução da burocracia existente em financiamentos habitacionais comuns. O PAR garante a propriedade do imóvel ao final de 15 anos de pagamento regular de uma taxa de arrendamento. O governo federal estima que haja um déficit de moradias novas no País de 7,2 milhões de unidades e 84% disso está concentrado entre as famílias com renda de até três salários mínimos mensais

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