O acidente que destruiu ontem de manhã o jato regional CRJ-200 da companhia Comair logo após a decolagem do aeroporto de Lexington, no Estado americano de Kentucky, pode ter sido causado por falha humana. Debbie Hersman, da Junta Nacional de Segurança nos Transportes, disse que o avião decolou da pista menor do aeroporto Blue Grass – com apenas 1 quilômetro -, demasiadamente curta para o CRJ-200 e operacional apenas com a luz do dia. Segundo os investigadores, ainda não se sabe se a falha foi dos pilotos ou da torre de controle. Uma fonte da aviação afirmou que a aeronave recebeu autorização para usar a pista maior, de 2 quilômetros. Um possível ataque terrorista foi inicialmente descartado.
O avião fazia o vôo 5191 com destino a Atlanta, com 47 passageiros e 3 tripulantes a bordo. A tragédia, a pior da aviação nos EUA nos últimos seis anos, aconteceu às 6h05 (horário local) de ontem, quando ainda estava escuro. ?Não temos nenhuma indicação de que isso (a queda do avião) tenha algo a ver com terrorismo?, afirmou a porta-voz da Administração Federal de Aviação, Laura Brown, em Washington.
O único sobrevivente do acidente, o co-piloto James M. Polehinke foi levado em estado grave para o hospital da Universidade de Kentucky. Segundo as autoridades do aeroporto de Lexington, o avião estava com os taques cheios e explodiu momentos depois da queda. A maioria das vítimas provavelmente morreu em conseqüência das queimaduras e não do impacto.
Segundo a companhia americana Comair, o comandante do avião, Jeffrey Clay, contratado em 1999, era experiente e estava voando no mesmo aparelho havia algum tempo. O presidente da Comair, Don Bornhorst, disse numa entrevista coletiva que a empresa ?está absolutamente comprometida a fazer tudo o que for humanamente possível para determinar a causa do acidente?.
O aparelho, construído no Canadá pela Bombardier, foi incorporado à frota da Comair em 2001 e já havia voado 14.500 horas. Segundo a empresa, o CRJ-200 estava com a manutenção em dia e passara por uma inspeção no sábado. A Bombardier é a principal concorrente da Embraer na venda de aeronaves no mercado de aviação regional nos Estados Unidos.
Em novembro de 2001, um avião da American Airlines caiu no bairro do Bronx, em Nova York, matando 265 pessoas. Na ocasião temia-se que pudesse ter sido um ataque terrorista como os lançados dois meses antes, em 11 de Setembro, em Nova York e Washington (que deixaram quase 3 mil mortos), mas depois se constatou que havia sido um acidente.