Falar ao vento

Não passou despercebida a enésima reivindicação apresentada ao governo pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no sentido da redução daqueles impostos com reflexos negativos na expansão dos investimentos produtivos.

A manifestação foi levada ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, pelo presidente da instituição, deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB-PE), em documento que pede uma ação consistente em termos de controle dos gastos públicos para abrir espaço à redução dos tributos.

O presidente da CNI assinala que o setor está pronto para uma integração efetiva ao esforço pelo desenvolvimento sustentado que o governo tem preconizado, mas reclama atitudes drásticas do setor público no sentido de evitar que os gastos sejam maiores que o aumento do Produto Interno Bruto (PIB).

Como o mercado trabalha com o percentual de 2,9% de crescimento da economia este ano e, no período, as despesas aumentaram 9%, tem fundamento o recorrente pleito dos empresários da indústria nacional. O problema é que o governo, pelo seu histórico, demonstra pouquíssima aptidão em termos de respostas exemplares aos vários segmentos da engrenagem econômica, estabelecendo-se não raras vezes um clima recíproco de desconfiança e ressentimento.

A corporação industrial fez sua parte ao reclamar mudanças e espera não ter falado ao vento.

Voltar ao topo